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20 Jogos Favoritos de 2019 (e outros 5 que eu queria ter jogado)


Por mais que o sentimento geral de muitas pessoas foi de que não tivemos um jogo ou pequeno grupo de jogos que se destacaram muito em frente aos demais de 2019, eu ainda diria que foi ótimo ano onde tivemos uma quantidade bem grande de bons jogos em todas as plataformas, incluindo várias novas IP’s, tanto no espaço AAA e indie com visões e ideias bem particulares.

Estes são os meus vinte jogos favoritos de 2019:


20. The Legend of Zelda: Link’s Awakening (Nintendo Switch)
Sinto-me um pouco estranho ao colocar esse jogo na lista de 2019, porque, embora as coisas novas deste jogo sejam ótimas, como o incrível novo estilo artístico e um monte de mudanças na qualidade de vida proporcionado pelo fato do Switch ter mais botões que o Game Boy, Link’s Awakening é um jogo incrível por causa dos méritos feitos no original em 1993. O mundo, as dungeons, a história, os personagens, tudo fruto do jogo original que o remake se baseou. Portanto, reconhecer sua qualidade, mesmo que isso signifique coloca-lô no final da lista, me parece a melhor solução que eu encontrei sem sentir que estou roubando no meu próprio conjunto de regras.

19. Call of Duty: Modern Warfare (PC, PS4, XB1)
Mecanicamente ótimo como CoD já é há muito tempo, com algumas fases interessantes mais abertas que permitem um nível maior de agência do jogador em decidir como realizar seus objetivos, esse ”soft reboot’ de Modern Warfare é bem divertido, mesmo que a história se esforce muito em tentar criar situações sensíveis e emocionantes sem muito mérito ou sucesso.

18. Pokémon Sword & Shield (Nintendo Switch)
Sim, ainda é o mesmo bom e velho Pokémon (ou ruim e velho pra alguns?). Ainda cheio de decisões questionáveis em cima de jogabilidade e história (como a ideia de que existem 400 Pokémons diferentes nesse mundo mas quase ninguém carrega o máximo de 6 consigo) que fazem da experiência algo sem muito consequência ou desafio, mas por outro lado o ciclo de explorar, capturar e batalhar continua bastante divertido. E o jogo tem um monte de mudanças de qualidade de vida muito boas e um pequeno raio de ambição com a nova área selvagem. Além disso, as novas adições de Pokémon são algumas das melhores de uma geração. É um bom começo para a primeira nova geração em alta definição de Pokémon

17. Metro Exodus (PC, PS4, XB1)
Os enormes ambientes abertos combinaram muito bem com o gameplay sistêmico de Metro. Eu adorei explorar meticulosamente as áreas ao escolher quais missões secundárias fazer e decidir meu estilo mais adequado para realizar as missões (o que deixou as partes mais lineares um pouco sem graça também). A história foi uma leve decepção porém, enquanto os personagens são interessantes e de personalidade muito fortes, o desfecho é atormentado por um sistema de moralidade que não faz sentido algum para mim.

16. Wreckfest (PC, PS4, XB1)
A Bugbear passou anos criando e ajustando seu mix de Flatout e Destruction Derby e saiu com um jogo extremamente divertido. Você experimenta destruições insanas em competições onde seu pequeno carro de duas portas disputa contra dez ônibus escolares, causa estragos em combates mortais entre tratores agrícolas e ri bastante durante corridas de kart onde os veículos são na verdade sofás motorizados. É algo simples, mas um jogo que tem o compromisso em ser apenas a brilhante combinação de ser ao mesmo tempo estúpido e divertido.

15. Days Gone (PS4)
Parece um jogo excessivamente ambicioso para uma equipe que acabou de sair de uma década fazendo jogos para portáteis com um staff que durante esse tempo era composto por menos de 50 pessoas. Bend Studio tentou casar um conto cinematográfico com uma interjeição entre cultura de gangue de motocicletas e apocalipse zumbi, com uma aventura dinâmica em mundo aberto. E eu acho que eles foram bem-sucedidos ao criar um conjunto divertido de mecânicas e sistemas conectados que realizaram a visão do mundo aberto dinâmico muito bem, evidenciado pelas batalhas contra as enormes hordas por exemplo, mas não conseguiram encontrar o caminho para criar o jogo de prestígio cinematográfico que eles também queriam. As cutscenes são dirigidas e editadas de maneira estranha, o conteúdo da história é muito inchado (parece duas temporadas completas de um programa de TV de 24 episódios) e bugs e má performance foram graves problemas por um tempo. Ainda assim, a Bend Studio criou uma nova IP que tem um monte de idéias bem realizadas no gênero de mundo aberto, e espero que na eventual sequencia, eles se concentrem mais nas coisas que diferenciam seu jogo de outras experiências.

14. Superliminal (PC)
Nascido das influências de Portal, Superliminal deixou sua marca ao usar um conjunto de mecânicas de quebra-cabeças baseadas em perspectiva forçada e uma mensagem bacana em sua história, que proporcionou alguns dos momentos mais legais do ano. Eu só queria que eles se aprofundassem no design dos quebra-cabeças e fizessem um pouco mais mecanicamente com esse projeto.

13. Observation (PC, PS4)
Através de uma perspectiva bastante singular, a noCode criou uma das histórias de ficção científica mais interessantes e engajantes do ano. Os quebra-cabeças são bastante simples, mas a maneira como eles fazem todas as tarefas parecerem contextualizadas nesse ambiente é impressionante. É basicamente um adventure mas que usa a apresentação cinematográfica para entregar um ótimo conto de suspense.

12. Concrete Genie (PS4)
Concrete Genie lida com temas importantes, como o bullying, desastres ambientais e o impacto de grandes corporações em pequenas comunidades, e é bom ver um pequeno estúdio dentro de uma grande corporação como a PlayStation entregar esse tipo de jogo. Mecanicamente, o jogo é até simples com seus quebra-cabeças, segmentos de plataformas e sequências de ação, mas é super legal e relaxante na sua mecânica única que envolve pintura e expressão artística. É um daqueles trabalhos que podem ser voltados para crianças de alguma forma, mas que também tem profundidade suficiente para ser apreciado por pessoas de qualquer outra idade.

11. Star Wars: Jedi Fallen Order (PC, PS4, XB1)
Eu tenho vários problemas com Jedi Fallen Order, muitos que são causados ​​pela vasta mistura de influências que a Respawn se baseou para construir este jogo (e muitos outros são problemas técnicos), mas esse é um jogo divertido de qualquer maneira. Os ambientes são lindos, o designs dos planetas são intrigantes de explorar e divertidos de atravessar e o combate, embora longe de ser perfeito, faz o bastante para ser satisfatório. É também uma das histórias canônicas mais interessantes de Star Wars, com um bom elenco de novos personagens. Muito animado para ver sequências no futuro, onde espero que a Respawn ache mais uma identidade própria para a série.

10. The Outer Worlds (PC, PS4, XB1)
Comecei amando The Outer Worlds muito desde o começo mas quanto mais eu jogava eu curtia a minha experiência menos e menos. Isso porque enquanto a escrita e os personagens se mantêm ótimos o tempo todo, o mundo e a jogabilidade se tornam menos interessantes e profundos à medida que atravessamos a história, então quanto mais eu jogava, mais me cansava fazer tarefas similares. É incrível ver até onde o sistema da Obsidian chega quando se trata de quantas abordagens diferentes você pode adotar para cada situação, e explorar os diferentes ambientes dos planetas foi algo que não me cansei, mas o combate é só ok, as opções de stealth não são profundas o bastante para o meu gosto e a história principal como um todo foi bem menos impactante do que eu esperava. Mas embora eu ache que tenha todos estes problemas, ele ainda foi uma experiência memorável pelo alto nível dos pontos positivos, e acredito que a Obsidian realizou a promessa de construir um Fallout mais contido.

9. Dragon Quest Builders 2 (PC, PS4, NSW)
Este é basicamente um Minecraft onde você tem uma história convincente e razões sistêmicas para construir coisas com um combate que se assemelha a Zelda 2D, mas em um ambiente 3D, usando o lore de Dragon Quest com uma escrita muito charmosa, mesmo que um pouco básica demais às vezes. O que me incomodou é que eles fizeram da campanha um tutorial de 45 horas para todas as mecânica do jogo. Eu amei muito o primeiro terço dele, e se o jogo conseguisse condensar tudo o que tinha para nos ensinar nessas primeiras 15 horas, ele acabaria bem mais alto nesta lista, tenho certeza, mas quanto mais eu continuava, mais irritado com o inchaço da campanha eu ficava. Mas ainda assim, é o meu jogo mais jogado do ano por contagem de horas, então eu claramente gostei da experiência como um todo.

8. Untitled Goose Game (PC, PS4, XB1, NSW)
Não é apenas um jogo super charmoso e engraçado, Untitled Goose Game é um puzzler furtivo que me lembrou uma versão lite do Hitman dessa geração (que eu amo muito). As fases, situações e tarefas baseados em ocorrências mundanas tem um bom equilíbrio entre criatividade e absurdo, tanto da perspectiva do problema quanto da solução. Eu só queria que houvesse mais, porque eu fiz todas as tarefas que pude neste jogo.

7. Gears 5 (PC, XB1)
Este é o melhor Gears feito em termos de jogabilidade. As adições que a Coalition fez ao seu já bom conjunto básico de mecânicas fizeram com que o jogo tivesse mais profundidade e variedade tática em seu combate. E embora eu não seja fã da direção da história e do nível aberto da primeira metade do jogo, acho que eles conseguiram trazer a história pra um bom patamar na segunda metade, entregando bons momentos e surpresas no final e, também apresentando uma fase aberta mais interessante na segunda tentativa, onde as atividades paralelas foram um pouco mais interessantes e o uso de um ambiente enorme para set-pieces foi incrível. Eu gostei muito também de Gears 4 e o 5 é um ótimo sucessor.

6. Death Stranding (PS4)
A Kojima Productions construiu um jogo especial, que poderia ter sido ainda melhor com algumas edições, especialmente cortando algumas coisas. Ainda mais foco na mecânica da travessia e menos inchaço na progressão da história é o que eu gostaria de ter experienciado durante minhas 50 horas com o Death Stranding. Eu realmente amei sempre que as jornadas de entrega pareciam únicas, exigentes, meditativas e surpreendentes, mas, infelizmente, algumas delas pareciam apenas conteúdo feito para alongar a duração da experiência. Além disso, acho que o jogo usa demais alguns de seus piores aspectos, como sequências de combate e furtividade. Eles funcionam bem na maioria das entregas tradicionais, onde são obstáculos que você pode enfrentar ou contornar tal como uma colina ou um grande buraco no chão, mas quando momentos obrigatórios de história são construídos em torno de sequências muito longas dessas mecânicas, são os piores momentos do jogo. Ver o ambiente mudar ao nosso redor por nossas próprias ações e também a colaboração da comunidade foi incrível, e é um dos aspectos do jogo, além da apresentação e direção de arte, onde eu realmente não tenho queixas significativas pra fazer. E embora parte da escrita seja absurda e ruim mesmo, existem momentos realmente poderosos na história surpreendentemente direta que Kojima contou aqui, especialmente no final em que os atores apresentam uma performance tão impressionante. Kojima não atingiu tudo o que procurou acertar aqui, mas é um esforço muito válido e sólido para o tipo de jogo estranho e ousado que é.

5. Baba is You (PC, NSW)
É provavelmente o jogo mais inovador e alucinante mecanicamente este ano. Partindo da premissa muito antiga (mas também brilhante) de Sokoban, Hempuli construiu um jogo que convida o jogador a misturar e combinar as próprias regras do jogo. Tenho certeza de que Baba Is You é ainda mais impressionante do que eu experienciei, mas sou burro demais para resolver todos os desafios do jogo.

4. Life Is Strange 2 (PC, PS4, XB1)
Diferente do original, mas tão quanto, se não mais impactante, Life Is Strange 2 prova que a Dontnod tem uma das melhores equipes de redação em videogames. Desta vez, o aspecto fantástico fica um pouco de lado e o jogo é mais uma visão e comentário sobre alguns dos problemas atuais que nossa sociedade é covarde demais para lidar abertamente, e é ótimo que eles tenham a ousadia de falar explicitamente sobre temas delicados. Se no começo da década tínhamos a Telltale como referência nos adventures narrativos modernos, em 2019 eu botaria a Dontnod como a detentora de tal posto.

3. Resident Evil 2 (PC, PS4, XB1)
A porção da RCPD de Resident Evil 2 é a minha parte favorita de qualquer jogo deste ano. É um level magistralmente projetado para ser explorado e re-explorado muitas vezes. Eu simplesmente amei não conhecer nada desse lugar e, cinco horas depois, após me sentir tão sobrecarregado com os desafios inicialmente, dominar aquele espaço, conhecendo todos cantos e perigos do ambiente. Ele também apresenta um bom ciclo de jogabilidade que casou bem aspectos de todas as gerações de Resident Evil. É uma pena que as duas áreas subsequentes definitivamente não estejam a par com a qualidade do começo, mas ainda assim, Resident Evil 2 é um jogo incrível.

2. Sekiro: Shadows Die Twice (PC, PS4, XB1)
Sekiro é o melhor jogo do ano. Este é o jogo menos ” Souls” desde que a From Software lançou Demon’s Souls (além de Deraciné, é claro), deixando para trás os ambientes ocidentais e a tabela de atributos de RPG e adicionando algumas influências do gênero ação / aventura, trazendo mais set-pieces, um maior foco em mecânicas de travessia e stealth e uma narrativa mais direta. Mas, sim, ele ainda carrega os traços do tipo de jogo que fez da From Software uma das desenvolvedoras mais amadas dessa indústria, um mundo lindo e interconectado, desafiador ciclo de combate que envolve muita análise de comportamento de inimigos e repleto de momentos incríveis, perturbadores e estranhos.

1. Control (PC, PS4, XB1)
Control é o meu jogo favorito do ano. Este também é o meu jogo favorito que a Remedy já fez, onde parece que eles trouxeram as melhores peças de cada um dos seus incríveis jogos. A jogabilidade é tão divertida e impressionante quanto Max Payne, o mundo e a escrita são tão fortes quanto em Alan Wake, e a apresentação supera Quantum Break por uma boa margem (e é tão radical quanto Death Rally). Fiquei encantado com esse mundo de ficção estranha que eles criaram, onde li todos os itens colecionáveis ​​que pude, explorei todos os cantos desse ambiente de metroidvania em 3D que eles projetaram e enfrentei todas as brigas ou chefes especiais que eles ofereceram. Sim, ele tem seus pontos negativos como problemas técnicos ou alguns sistemas de crafting inúteis, mas eu estava tão apaixonado por esse universo que não me importei muito com eles. Mal posso esperar para ver como o Remedy transformará esse IP em algo ainda mais impressionante e estranho.


Como um pequenos bônus, vou deixar aqui também 5 jogos que eu gostaria de ter jogado em 2019, mas por falta de tempo ou oportunidade, infelizmente não consegui:

Disco Elisyum
Este é um que eu tenho seguido por um bom tempo (desde quando ainda era chamado de No Truce with the Furies) e a quantidade de elogios que ele tem recebido tem me deixado mais certo de quando eu eventualmente jogar, eu vou adorar. Infelizmente ele chegou em um momento muito ruim, onde me faltava tempo mesmo, especialmente para um jogo que aparentemente vai durar pelo menos 20 horas.

Luigi’s Mansion 3
2019 foi um grande ano para jogos publicados pela Nintendo, mas eu acabei jogando apenas alguns deles. Esse é talvez o único dos que saiu que não experienciei em 2019 que eu tenha interesse em voltar para jogar por conta do charme e proposta de design do jogo.

Yooka-Laylee and the Impossible Lair
Eu gosto bastante do Yooka-Laylee original, pois acho que é o sucessor bem-feito de Banjo que muitos esperavam. Então, quando soubemos que isso era mais como o Donkey Kong da Retro Studio, eu não me interessei muito, pois não sou um grande fã desses jogos. Mas as propostas diferenciais dele como a influência do jogador no layout das fases e o próprio ”Impossible Lair” me deixaram curioso. Ele esteve de graça na EPIC Games Store na virada do ano, então definitivamente jogarei em algum momento.

Outer Wilds
Muito parecido com o caso de Disco Elisyum, provavelmente vou adorar esse jogo quando sentar para joga-lo, e na verdade eu tentei por uns 30 minutos, mas não estava no momento certo para jogar quando foi lançado. Ele é um dos jogos do catalogo do Game Pass, então tudo que eu preciso é que minha vida esteja nas melhores condições de tempo e tranquilidade para me dedicar a essa aventura.

What the Golf?
Eu não tenho nenhuma afinidade pelo esporte Golfe, mas eu gosto muito de jogos eletrônicos de Golfe, principalmente os que usam só as mecânicas mais básicas do esporte para construir experiências absurdas e criativas como nos casos de Golf Story, Kirby’s Dream Course e Golf With Your Friends. Pelo que vi, What The Golf? tenta fazer exatamente isso, então buscarei joga-lo assim que possível.


Então é isso, estes são meus 20 jogos favoritos de 2019, e também 5 jogos que acabei deixando passar que espero experienciar eventualmente. E para você, quais são os jogos favoritos do ano que acabou de se encerrar?