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REVIEW: ABZÛ (PS4, PC)

ABZÛ (PlayStation 4, PC)
Data de lançamento: 02 de Agosto de 2016
Desenvolvedora: Giant Squid
Publisher: 505 Games
Preço: U$19.99 (Steam, PSN)

ABZÛ foi com certeza um dos novos títulos mais interessantes a surgir na E3 de 2014, tanto pelo trailer visualmente interessante e também por ser o primeiro jogo da Californiana Giant Squid.

Em ABZÛ controlamos ”a Mergulhadora”, em uma narrativa subjetiva (e sem diálogos), com storytelling focado mais no game design e nos ambientes subaquáticos explorados. A personagem pode interagir com os animais e também com os cenários, as vezes até influenciado os mesmos.

As comparações com Journey foram quase imediatas e são totalmente justificáveis. Isso porque Matt Nava, diretor criativo da Giant Squid e de ABZÛ, foi diretor de arte da thatgamecompany tanto em Journey quanto em Flower, e os dois são claras (e admitidas) influencias aqui. Inclusive, a movimentação da personagem é tão fluida como nesses jogos citados, e até mais divertida em muitos momentos. São poucos os jogos onde a movimentação é tão simples mas ao mesmo tempo tão prazerosa como em ABZÛ, e é nesse ponto tão importante que vejo uma maior influencia até de Flower do que de Journey no jogo.

A atmosfera criada pelo design maravilhoso em junção com a trilha sonora de Austin Wintory, mesmo compositor de Journey, funciona perfeitamente nessa jornada.  O ritmo é balanceado com momentos calmos de pura contemplação (coisa que o jogo incentiva) e segmentos mais frenéticos, acompanhados pelo aceleramento da trilha. A ambientação com certeza é o grande ponto forte de ABZÛ, sendo um dos jogos mais bonitos e elegantes que já joguei. Os cenários são bem grandes, e bastante detalhados, que junto com alguns segredos te incentivam a vasculhar todo o ambiente.

O gameplay consiste praticamente em explorar e interagir com o rico ambiente, com uns momentos de leve flerte com mecânicas de ”puzzles”. Mas nada demais, somente coisas do tipo ”encontre e ative o objeto de interação”. Isso é inclusive um ponto negativo pra mim. Ter integrado uma mecânica a mais para progressão seria um ponto positivo pro aspecto geral de gameplay, que é bem raso.  Pra um jogo que é comparado tanto com Journey, esse seria um ponto muito importante pra ser tratado como um produto diferenciado e até uma evolução da formula da thatgamecompany. 

Mas na verdade a maior razão que o jogo poderia ter utilizado de mais densidade no gameplay seria pra complementar e compensar a história. Não me entenda mal, a narrativa é bem interessante e completamente passível de emoção e relação, mas o excesso de apresentação abstrata atrapalha um pouco o envolvimento do jogador com a trama. Sorte de ABZÛ que o lindo e bastante populoso mundo a sua volta rouba a atenção e te conduz o tempo todo, minimizando bastante esses problemas e apresentando seus set pieces incríveis durante todo o jogo.

ABZÛ é inclusive um feito técnico magnifico. Criado na Unreal Engine 4, o jogo lida com uma quantidade muito grande de objetos e animais na tela, mantendo sempre a fluidez que se espera de um jogo que se passa em baixo da água. Outro mérito é a atenção ao detalhe  e a qualidade das animações, tanto da Mergulhadora quanto dos animais.

VEREDITO

Durante as 3 horas de meu playtrough, ABZÛ me impressionou por praticamente todo o tempo.  O jogo é tão intuitivo e divertido de se controlar como é bonito e vivo de se explorar, qualidades que acabam mascarando as pequenas lacunas no storytelling.  É uma experiencia que merece ser jogada com total foco, de uma só vez, com o headset na cabeça e com pouquíssima informação sobre seus set pieces (até por isso esse review foi bem superficial nesse ponto). Infelizmente vai ser inevitável sofrer com a comparação aos jogos da thatgamecompany, mas Matt Nava mostra que aprendeu muito bem com eles.

NOTA: 8.4


O review foi baseado em uma cópia de PlayStation 4 fornecida pela 505 Games

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