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REVIEW: Layers Of Fear (PC, PS4, XOne)

Layers Of Fear (PC, PS4, XOne)
Desenvolvedora: Bloober Team
Data de lançamento: 16 de Fevereiro, 2016
Preço: U$19.99

Assim que entrou em early access na Steam em Setembro de 2015, Layers of Fear gerou muito barulho por ser uma das melhores experiências de terror dos últimos tempos. A premissa de adentrar a psique mais sombria de um artista no seculo XIX e também os pesares pelo recente cancelamento de Silent Hills, transformaram o jogo de terror em primeira pessoa da Bloober Team em um dos jogos mais esperados do gênero em 2016. Durante meu playtrough da versão final que será lançada no dia 16 de Fevereiro eu entendi o porque de tanta hype.

O jogo começa de forma bem comum, com você explorando uma casa que apesar do visual mais solitário ainda não tem nada de assustador. A ambientação e collectibles como recortes de jornal e bilhetes trocados entre o artista e sua esposa transmitem um background de um personagem que  foi tratado como um novo prodígio da arte e que tinha o projeto de família prefeita mas que acabou se perdendo. Os problemas com alcoolismo do personagem logo são percebidos devido a grande presença de garrafas no cenário, e para gerar uma relação de desconforto e ao que me parece uma simulação de embriaguez, a sua movimentação é tremida e cambaleante. Após alguns minutos de exploração entramos no ateliê do artista, e é ai que começa sua jornada doentia em busca da obra perfeita.

Apesar da reutilização constante de assets, o cenário é muito bem idealizado correlacionando o ambiente solitário com pinturas e obras macabras desde o começo da trama. As comparações com o P.T são justificadas, já que por vários momentos atravessamos portas e algumas vezes loops como na obra de Kojima acontecem. Mas Layers Of Fear é mais que isso, sua pegada de terror psicológico te faz muitas vezes duvidar realmente da sua sanidade. Você passa por uma porta e quando olha pra trás a porta sumiu, olha pra frente de novo e o cenário se modificou todo,  o jogo esta sempre na sua cabeça, te instigando e atormentando misturando o macabro com o repugnante.

O gameplay se limita basicamente a utilizar um botão de ação e um analógico para abrir as portas tendo poucos momentos de puzzles bem leves, que envolvem achar uma chave ou algo no cenário, mas são raros e breves. Algo que colabora muito com os momentos de tensão é que algumas portas são de puxar enquanto outras são de empurrar, gerando sempre a duvida e deixando o jogador inquieto e curioso pro que vai vir na próxima porta.

O jogo tem alguns leves problemas com ritmo. Tanto o loading inicial quanto os de ‘’transições de capítulos’’ te deixam esperando por um bom tempo, ocorrência que acaba quebrando a imersão. Uma das sequencias se arrasta demais, perdendo um pouco o impacto, substituindo a apreensão por impaciência. O voice over também não me agradou muito, soando um pouco forçado em alguns momentos. A trama é interessante mas assim como vários filmes e jogos de terror, tem um final não tão satisfatório e em um nível abaixo do resto da narrativa.

VEREDITO

Layers of Fear é um terror em primeira pessoa muito impactante, atingindo muito bem o fator essencial pra jogos do gênero que é carregar momentos de tensão, pavor e medo e mesmo assim te fazer seguir em frente por conta da curiosidade. O jogo sabe muito bem quando usar trilha, quando usar efeitos sonoros e quando utilizar silencio, demonstrando que está sempre no controle do jogo e das suas percepções do ambiente. Apesar de alguns problemas de ritmo nos segmentos finais é bastante recomendado, e vai ficar marcado como uma ótima experiencia na cena recente do survival horror.

NOTA 8.0/10


O review foi baseado em uma cópia de PlayStation 4 fornecida pela publisher Aspyr Media.

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