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Review: Volume (PC, PS4)

Volume (PC, PlayStation 4)
Desenvolvedora: Bithell Games
Data de lançamento: 18 de Agosto, 2015 (PC , PS4 )
Preço: $19.99 (R$40,99 na loja brasileira da PSN e R$36 na Steam)

Mike Bithell é um cara que ficou conhecido por Thomas Was Alone, um ótimo jogo independente lançado em 2012 . Simples, mas que envolvia jumping puzzles com formas geométricas, aliados a diálogos e narrativas muito bem construídas. No seu segundo jogo, ele resolveu aumentar o escopo e fazer algumas homenagens.

Volume é um game de stealth com uma visão isométrica muito influenciado por mecânicas de Metal Gear Solid, clássico do PlayStation lá de 1998. Entretanto, apresenta um visual e uma “pegada” de puzzle para as 100 fases presentes no jogo. O objetivo é coletar todos os diamantes no mapa sem ser capturado pelos guardas, chamados aqui, carinhosamente, de ”peões”.

A história também é recheada de referências. O contexto todo é uma reimaginação futurística (o jogo se passa em 2054) da história de Robin Hood. Na trama, a Inglaterra vive sob uma ”ditadura corporativa” imposta pelo CEO Guy Guisborne (outra referencia a Robin Hood), interpretado pelo incrível Andy Serkis, e sua empresa Guisborne Industries. O protagonista, Robert Locksley, porém, não dá o peixe, ele ensina a pescar. Rob invade a Guisborne, reativa uma inteligencia artificial chamada Alan e passa a transmitir pela internet simulações de roubos de propriedades da Guisborne. Assim sendo, ele acaba incentivando o povo da Inglaterra a usar as suas dicas da simulação para pegarem de volta o que lhes foi tomado por Guy e sua companhia.

Rob tem a sua disposição vários gadgets e truques que vão de tecnologias avançadas, como invisibilidade temporária, até o bom e velho assobio.  Outra possibilidade é usar objetos no cenário, como apertar uma descarga, abrir uma torneira ou até esconder-se em um armário enquanto um dos guardas faz a ronda. Ao longo do jogo, novos obstáculos e inimigos são apresentados, como cães e até ”torretas sentinelas”.

Claramente, Mike é um cara fascinado por puzzles. Depois de um ótimo trabalho em Thomas Was Alone, ele é muito bem sucedido em outro tipo de quebra-cabeças. Para se dar bem nas fases de Volume, é importante enxergar padrões de comportamento dos inimigos e saber o tempo exato que as distrações ou truques vão durar. Ainda que o jogo apresente 100 níveis, todos são muito diferentes e bem construídos, não gerando fadiga ou senso de repetição (com algumas minimas exceções).

Ao longo das fases, diversas variáveis e novos desafios são impostos, mantendo o jogo bem fresco. Os controles são, no geral, muito simples e intuitivos, tendo só um gadget ou outro que demanda um pouco mais de paciência com o analógico. Volume possui ainda um ótimo editor de mapas, sendo possível fazer o upload de suas criações para a rede. Milhares de mapas já estão disponíveis, inclusive um baseado nas docas do começo de Metal Gear Solid.

Caixa de texto do mapa baseado em Metal Gear Solid (1998)

E, mais uma vez, os diálogos e a narrativa são fantásticos. As conversas entre Rob e Alan, os áudios de Guy, inserções de emails encontrados nas fases e até as instruções do tutorial são muito bem escritas. Mike sempre consegue dar uma pitada de humor ao seu roteiro, arrancando risos em todas as suas piadas e, mesmo assim, mantendo o foco. Os voice-overs são bons, apesar de várias vezes o protagonista, interpretado pelo “YouTuber” Charlie McDonnel, destoar das performances muito superiores de Danny Wallace (Alan) e Andy Serkis.

Mas, problemas existem. Por muitas vezes, a inteligencia artificial do jogo é inconstante. Esse fato, combinado com a grande quantidade de checkpoints espalhados pelos mapas, possibilita fugas driblando o conceito do jogo e abaixando muito o sentido de desafio e perigo. Em algumas áreas não é preciso stealth nenhum, é possível correr na frente de dois guardas em uma seção, morrer ao alcançar o checkpoint, e assim seguir em frente. Um pequeno erro de level design atrelado ao conceito. Alguns inimigos também não são nenhuma ameaça, tendo uma fase ou outra em que não é necessário se esconder para obter sucesso. O espaço entre os diálogos também é algo que incomoda um pouco. A história é muito interessante, mas acaba deixando o jogador perdido em alguns momentos, devido a falta de novas informações durante algumas fases.

VEREDITO

Volume une muito bem suas homenagens e cria um ambiente muito divertido, proporcionado por bons puzzles e um ótimo roteiro. A maioria das falhas de game design e ritmo da história são esquecidas pelo viciante e simples gameplay. O editor de mapas, as criações da comunidade e o desejo de retornar às fases da história principal, buscando melhorar seu tempo, dão ao jogo um grande fator de replay. Recomendado.

NOTA: 8/10


A versão de PS Vita estava programada para sair também no dia 18, mas foi adiada por algumas semanas.

O review foi baseado em uma cópia de PlayStation 4 fornecida pela Bithell Games

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