2020 foi um ano que se desenhou diferente para o mundo inteiro. Com a quarentena por causa da Covid-19, gamers estiveram em seu habitat natural de não sair de casa e puderam aproveitar para matar aquele backlog bonito – ou aumentá-lo com o tanto de promoções que rolaram. Mas também tivemos uma série de lançamentos, alguns relevantes, outros nem tanto. Alguns adiamentos. Surpresas, decepções… E assim se encerrou mais um ano de contornos estranhos.
Amo listas. Elas fazem a gente reviver momentos, trazem lembranças, geram discussões e, no caso, também interações.
Os patrões do Reloading foram convidados a votar nos seus jogos favoritos de 2020, escolhendo 5 dos títulos lançados comercialmente nesse ano. De acordo com as posições de cada um, foram vinculados pontos, depois somados, até chegar nos 10 melhores posicionados. Cada escolha acompanha também um texto de 5 a 10 linhas feitos por um patrão. Sentiu falta de algo? Use o espaço de comentários no final da matéria e faça valer a sua voz.
Antes de irmos para a matéria, mais uma vez obrigado a cada um dos patrões que mantiveram sua colaboração ativa em 2020. Sabemos de todas as dificuldades que acompanharam este ano e somos imensamente gratos à confiança depositada no nosso trabalho.
Estaremos buscando cada vez mais interações como essa ao longo do ano. Feliz 2021 e obrigado pela participação e por todo o prestígio dessa linda comunidade!
10. Doom Eternal (290 pontos)
A definição de Doom Eternal seria limitação. O jogo consegue melhorar toda a gameplay e mecânicas do seu antecessor, de 2016, além de ter muitos extras que valorizam sua experiência. As principais melhorias foram o maior balanço entre as armas, limitando seu poder de fogo, e inimigos complexos que te obrigam a alternar entre todo o arsenal disponível, além da movimentação pelo mapa. Diversos tipos de upgrades recompensam o jogador que avança na história e principalmente o que explora mais o cenário. O sound-desing e a trilha sonora rock ‘n’ roll permanecem impecáveis e coerentes com a ação desenfreada. O modelo de fases, segredos encontrados e a própria gameplay seguem remetendo muito aos primórdios da franquia e aos anos 90. Outro destaque são as sequências de plataforma e puzzles, que se mostram muito divertidas e acontecem sem que a ação pare. Apesar da história se levar um pouco a sério demais, destoando um pouco da franquia, Doom Eternal melhora tudo que o primeiro jogo fez. Deixa mais desafiador, aumenta o fator replay, tem elementos de personalização bem interessantes, gráficos lindos, desempenho consistente e é obrigatório pros fãs do gênero. Lembrando que só falei aqui da campanha, mas acho que só ela já vale seu investimento.
– guiZeiraZ
9. Astro’s Playroom (320 pontos)
Desenvolvido com o objetivo de demonstrar as funcionalidades do novo controle Dual Sense do Playstation 5 e oferecido gratuitamente com o console, Astro’s Playroom foi talvez a maior surpresa de 2020. É impossível não se apaixonar pelo carisma do personagem e pela estética e direção de arte, que aliás é impecável. Tudo neste jogo exala nostalgia e carinho pela história do Playstation, desde NPCs interpretando cenas icônicas de jogos clássicos para o console no cenário das fases até modelos 3D extremamente bem construídos das diferentes versões do console e dos seus acessórios. Jogo para se jogar com um sorriso do início ao fim e capaz de proporcionar um sentimento real de evolução tecnológica para a nova geração de consoles, talvez somente comparável ao que a Nintendo mostrou com o Wii Sports.
– Roberto Luzardo
8. Street Of Rage 4 (390 pontos)
Esta belíssima continuação conseguiu trazer o estilo “briga de rua” para os dias atuais de forma fantástica. Uma tarefa não muito fácil, tendo em vista que 25 anos separam Streets of Rage 4 dos outros jogos da franquia. Felizmente, esta espera nos presenteou com uma verdadeira homenagem aos jogos antigos, embrulhada em novidades suficientes para encantar uma nova geração de fãs. Este equilíbrio está por todo o jogo: nos belíssimos gráficos desenhados à mão (uma novidade na franquia), no gameplay atualizado pelo sistema de combos, nos personagens novos e antigos (literalmente) e principalmente na trilha sonora composta por veteranos como Yuzo Koshiro e Yoko Shimomura. Para os nostálgicos é uma delícia, mas também vai cativar quem nunca desceu o sarrafo em meliante nas ruas de fúria.
– Tiago Salomoni
7. Persona 5 Royal (400 pontos)
Persona 5 Royal é uma fantástica maneira de como transformar um jogo que já era ótimo e subir para o próximo nível no novo padrão de expansão da série Persona, como já tínhamos visto em Persona 4 Golden. Quase tudo no título da Atlus foi melhorado e expandido. Ao longo de mais de 120 horas de jogo pela cidade de Tóquio, são notáveis as diferenças em relação ao seu título matriz. Lógico que seria necessário ter jogado Persona 5 para aproveitar o máximo desta obra que expande mecânicas e conteúdos do jogo. Mas caso seja jogador de primeira viajem, não se preocupe. Vai aproveitá-lo de maneira também muito gratificante, pois há conteúdo extra. Toda a trama original também está lá. Algumas experiências, como a trilha sonora do jogo, foram mudadas, mas continua tão grandiosa quanto. E o sistema de combate também foi expandido, algo que os mais entusiastas pelo novo sistema não esperariam, mas que é gratificante ver o quão gostoso é combater nessa obra de JRPG obrigatório para os fãs do gênero e que se destaca como, talvez, a maior ou uma das maiores obras de JRPG desde a criação de seu gênero.
– Pablo Suarez
6. Spider-Man Miles Morales (450 pontos)
Apesar da forma desajeitada que as informações sobre seu lançamento foram passadas, Spider-Man Miles Morales chegou aos consoles PlayStation 4 e 5, sendo um dos grandes chamarizes para a aquisição do console de nova geração, pois naquela plataforma entrega uma experiência em 4k e com 60 fps, mas não deixando nada a desejar nos consoles base. O jogo da Insomniac reprisa a já consagrada jogabilidade do seu predecessor, porém traz novidades pontuais que ajudam a desenvolver o novo protagonista que assume o manto do Spider. Apesar de ser uma experiência Stand Alone, o que é entregue nas 12 horas de gameplay é uma ótima história de apresentação de personagens, enriquecendo este novo universo aracnídeo nos games, com dilemas que ajudam a consagrar um carismático Miles, tudo regado a uma excelente trilha sonora, que tenho certeza vai agradar a muitos gamers.
– Sergio Martins
5. Ori and Will of Wisps (680 pontos)
Ori and the Will of the Wisps pra mim não só é um dos melhores jogos de 2020, como deve ter sido uma das melhores experiências no mundo dos games que já tive… O jogo em si é um casamento de tudo que funciona em um jogo – gráficos lindos somados a uma direção de arte espetacular, com uma trilha sonora incrível, imersiva e marcante, com uma jogabilidade impecável, que pega elementos do primeiro jogo e adiciona vários de seu “concorrente direto”, Hollow Knight… A história é um ponto altíssimo, mesmo o personagem principal servindo apenas como âncora para os secundários, pois isso faz com que tenhamos empatia por todos naquela floresta (sem exceção) e, no fim, toda a história fecha de uma maneira que poucos jogos conseguem fazer… Hoje, depois de todos os updates de correção, consigo recomentar a todos essa obra prima, sem medo de a pessoa se frustrar com erros que aconteciam no lançamento.
– Douglas Ielker
4. Hades (760 pontos)
Em um ano complicado, Hades foi uma surpresa agradável. Criado pela Supergiant Games, é um jogo do tipo rogue-like. Você joga como Zagreus, filho de Hades, tentando escapar do Submundo e chegar ao Olimpo. A cada tentativa, Zagreu recebe ajuda de seus parentes do olimpo e coleta itens e poderes que o ajudarão em suas muitas tentativas. A cada tentativa frustrada, Zagreu retorna à Casa de Hades, o ponto de partida da jornada. É nesse momento que a história se desenrola, você acompanha a relação complicada com Hades, com direito a diálogos ácidos e com muito senso de humor. Os gráficos são muito bem trabalhados e é possível perceber que a equipe da Supergiant pensou em cada detalhe. A trilha sonora, que tem alguns toques de rock, casa muito bem com os momentos mais frenéticos do jogo, além de combinar com o ambiente sinistro do Submundo. Com jogabilidade direta e simples, mas muito desafiadora, gráficos muito bem trabalhados, uma ótima trilha sonora, história envolvente e personagens cativantes, Hades é, de longe, um dos melhores jogos de 2020.
– Mauricio Imenez
3. Ghost of Tsushima (790 pontos)
Tem uma coisa que Ghost of Tsushima não é: um daqueles jogos revolucionários que dita o caminho da indústria e que será citado daqui a 20 anos como uma grande influência; mas tem uma coisa que ele é: uma amálgama da 8ª geração. A Sucker Punch catou tudo que vem ressonando com o público e juntou, de maneira muito competente, nesse jogo: a narrativa forte influenciada pelo cinema de The Last of Us, os mundos abertos de Assassin’s Creed, as side quest às vezes com histórias mais interessantes que a trama principal, como The Witcher 3, isso tudo açucarado pela estética de um filme de samurai e uma das ilhas mais bonitas que eu já vi em um jogo (Tsushima). O jogo tem sim seus defeitos, o combate pode ficar por vezes caótico e desorganizado, stealth igualzinho já visto mil vezes antes, senso de urgência na história que não casa com o mundo aberto, falta de um sistema de carma, mas ele ainda vai te fazer querer ter um coque samurai.
– Denny Starnes
2. Final Fantasy VII Remake (1380 pontos)
A promessa foi finalmente cumprida. A Square entregou o remake do clássico Final Fantasy VII, sendo muito mais do que as pessoas esperavam. Um verdadeiro pelotão, tanto de pessoas que trabalharam no jogo original como novatos, mostraram o que aprenderam nesses mais de 20 anos fazendo JRPGs, com seu combate fora de série, sua ousadia com a história e seu visual estonteante. Destaco sua trilha sonora, que possui rearranjo fantásticos de temas clássicos como novas músicas, criada por uma equipe de mais de 14 compositores. São músicas que evoluem conforme o jogador avança pelas fases e nenhuma é esquecível. Este é um jogo que abriu as portas para uma nova Midgar, e estou muito ansioso para ver as aventuras que me aguardam neste mundo.
– Samir Fraiha
1. The Last of Us Part II (1650 pontos)
Com a difícil e ingrata missão de ser a sequência do tão aclamado jogo homônimo lançado pela Naughty Dog, The Last of Us Part II, após ganhar mais de 200 (!!!) prêmios de melhor jogo do ano, pode comemorar o seu sucesso. Ao longo das mais de 30 horas de jogatina, somos apresentados a um competente gameplay e a gráficos super-realistas polidos ao extremo, que nos levam, juntamente à narrativa e aos personagens magistralmente apresentados, a vivenciar um mix de emoções: raiva, medo, angústia, empatia e, por quê não, amor. E não há como não destacar sua poderosa história, desenvolvida com maior foco nos arcos narrativos e nas interações de causa e consequência das ações de queridos personagens, perante à nova gama de peças introduzidas a esse tão complexo mundo pós-apocalíptico, o que traz uma complexidade que torna esse jogo tão desafiador, merecendo a lembrança nesta lista de melhores do ano e a atenção do amigo gamer.
– Sergio Martins
Pódio quase lá: Fall Guys (270), Animal Crossing: New Horizons (250) e Cyberpunk 2077 (240).
É isso, muito obrigado a todos os patrões que participaram. Não esqueçam de deixar no espaço dos comentários quais foram os melhores para vocês e o que acharam da lista acima. Para quem ainda não é patrão, dá tempo de entrar na votação dos melhores de 2021, hein? 🙂