0

Previsões para os 3 grandes em 2020 (e analisando as previsões de 2019)


Em Janeiro do ano passado resolvi fazer um post no medium com previsões das estratégias de Microsoft, Nintendo e Sony para 2019. Apesar de ser um ano que antecede a transição de geração, ainda tivemos grandes mudanças no mercado, tanto confirmando quanto contradizendo algumas das minhas previsões. Em 2020, o foco vai ficar em PlayStation 5 e Xbox Series X (e talvez mais) então vai ser um ano super movimentado, até pra saber se a Nintendo vai tentar ou não disputar mindshare.

Mas antes de discorrer aqui meus pensamentos sobre o que cada uma dessas empresas vai aprontar em 2020, vamos analisar a situação das minhas previsões do ano que acabou de terminar:

MICROSOFT

-Assim como foi em 2018, a Microsoft Studios vai continuar adquirindo novos estúdios para seu time de desenvolvimento interno. É do meu entendimento que a Microsoft tem feito consultas com uma grande quantidade de estúdios independentes, então acredito que até o final de 2019 veremos pelo menos uma ou duas adições.

De fato aconteceu, durante a E3 de 2019 foi anunciado que a Double-Fine, estúdio de Tim Schafer havia se juntado a família da divisão agora chamada de Xbox Games Studios.

Anunciados na E3 de 2018, Halo Infinite (que não teve nenhum tipo de data revelada) e Battletoads (que teve 2019 como data indicada) não vão ser lançados em 2019.

Também certinha, Halo Infinite e Battletoads serão lançados em 2020.

Apesar de não anunciar de fato hardwares de nova geração, Phil Spencer e outras figuras do alto escalão da divisão Xbox vão continuar mencionando factóides sobre o console assim como suas visões e expectativas pra next-gen.

Tava certa até as últimas semanas do ano, quando de forma surpreendente Phil Spencer apareceu no The Game Awards para anunciar e mostrar o design do Xbox Series X, um console de nova geração.

O Xbox Game Pass vai vir oficialmente para o Windows 10 e os primeiros testes com Streaming no serviço vão começar exatamente no PC.

O Game Pass veio de fato para o PC, e se o programa do xCloud ainda não veio para o serviço, já foi confirmado que será o caso em 2020.

A Microsoft vai testar no mercado um Xbox One sem drive óptico, que seja abastecido apenas jogos digitais. Seu sucesso vai ditar a possibilidade de introduzir também na próxima geração (porém mais cedo na linha de vida do console) um hardware similar.

O Xbox One S All-Digital foi lançado no mercado em Maio de 2019, e rumores apontam que algo de filosofia similar virá na próxima geração também.

No geral, a Microsoft seguiu a linha que eu esperava mesmo, e ainda me surpreenderam positivamente no campo de tomar as rédeas das conversas sobre a próxima geração

SONY

Nenhum dos três grandes jogos anunciados nos últimos anos (The Last of Us Part II, Ghost of Tsushima e Death Stranding) serão lançados em 2019.

⅔ certo. The Last of Us Part II e Ghost of Tsushima serão lançados em 2020, mas de forma surpreendente a Sony Interactive Entertainment e Kojima Productions lançaram Death Stranding em Novembro de 2019.

Dreams vai finalmente sair em 2019 sim, mas esse lançamento não vai vir antes do meio do ano. Por outro lado, Concrete Genie vai ser lançado durante a primeira metade do ano.

Um pouco certo, mas mais errado. Dreams saiu em 2019, mas só em early access e logo no começo do ano. Concrete Genie saiu em 2019, mas só em Setembro.

Assim como foi em 2018, a gente não vai ver nenhum anúncio de jogos de grande perfil, mas vão ter sim anúncios first-party para PlayStation VR e PlayLink.

Um pouquinho errado, mas mais certo. Nenhum jogo first-party de grande perfil foi anunciado, apenas Iron Man VR e Predator: Hunting Grounds foram revelados, porém não teve nenhum jogo de PlayLink esse ano (e aparentemente a iniciativa morreu mesmo)

Já sabemos que a Sony não terá nada durante o período da E3 neste ano, e acredito que o mesmo vai acontecer durante outros eventos como Gamescom e Paris Games Week onde ela não fará conferências. Ela deve estar normalmente na TGS com seu usual show pré-evento, mas não vai ter nada demais por ser algo cada vez mais bem de nicho e focado no mercado Japonês. Porém acredito que em 2019 vamos ver a volta da PSX, muito para ajudar na divulgação de seus três grandes títulos first-party para 2020.

Nada nos grandes trade shows mesmo como esperado, mas ao invés de voltar com a PSX para dar novidades de seus jogos, a Sony lançou um programa aos moldes da Nintendo Direct chamado de State of Play, e foi lá que vimos novos trailers e novidades sobre os grandes títulos first-party para 2020.

Nós não vamos ouvir nenhum tipo de anúncio oficial nem pequenos indícios da nova geração vindo da Sony durante o ano. Porém, em Dezembro durante a PSX, teremos a confirmação de um PlayStation Meeting que acontecerá nos primeiros meses de 2020 onde começará o ciclo de revelação do PlayStation 5

Esse foi totalmente errado. Não só não tivemos uma PSX como já foi mencionado, mas a Sony fez questão de revelar vários pequenos detalhes sobre o PlayStation 5 durante o ano, algo que eu realmente não esperava.

Alguns acertos mas a Sony me surpreendeu esse ano, tanto positivamente (como com o lançamento de Death Stranding e com sua abertura em relação ao PS5) quanto negativamente (não trouxeram a PSX de volta).

NINTENDO

Veremos finalmente mais de Bayonetta 3 e Metroid Prime 4, mas nenhum dos dois será lançado em 2019

Meio a meio. Não vimos nada desses jogos, mas realmente nenhum deles foi lançado em 2019

A Nintendo vai anunciar pelo menos um projeto first-party em parceria com um pequeno estúdio indie do ocidente (tipo foi com Snipperclips)

Realmente aconteceu! Cadence of Hyrule, uma parceria com a Brace Yourself Games, criadora de Crypt of the Necrodancer, foi anunciado e lançado esse ano.

Um Zelda 2D vai ser anunciado para o Switch, representando o começo incisivo do fim das produções first-party para o 3DS

Também aconteceu (mesmo que o conceito de 2D e 3D esteja meio nebuloso aqui). The Legend of Zelda: Link’s Awakening foi anunciado no começo do ano e lançado em Setembro. Esse ano não vimos nenhum anúncio first-party para o 3DS.

O Switch vai receber uma revisão de hardware esse ano, mas nada que vai ser considerado uma mudança significativa

O Switch recebeu uma nova versão mais simples chamada de Switch Lite, uma versão console exclusivamente portátil e também uma leve revisão no hardware base do console original que trouxe uma bateria mais duradoura.

A Nintendo vai voltar com os consoles Classic esse ano, lançando um GameBoy Classic, só que o hardware vai ter também jogos de GBC e GBA.

Nope, nada de novo na linha de consoles Classic vindo da Nintendo esse ano.

Assim como a Microsoft, ficou dentro das expectativas, e as previsões erradas foram a que eu menos tinha confiança.


Agora, vamos para 2020. Ao invés de dividir por empresa e trazer cinco previsões pra cada, vou escrever tudo junto num texto mesmo.

Se durante o ano a Sony parecia buscar protagonismo na conversa sobre a nova geração, confirmando e revelando detalhes sobre o PS5 durante o ano em entrevistas e artigos, a Microsoft tomou de assalto a liderança sobre essa conversa com o anúncio oficial do Xbox Series X durante o The Game Awards e também anunciando durante o ano uma nova leva de jogos first-party a serem lançados em 2020 e além.

Com isso, cresce a pressão para a Sony fazer o mesmo o mais rápido possível, então a minha expectativa é que eles sigam o formato que usaram em 2013 para revelar o PS4, fazendo um evento no começo do ano e finalizando os planos de revelação durante a E3. Acredito que veremos algo entre Fevereiro e Março, onde o design final será revelado junto com algumas features, tech demos e até jogos, deixando para a E3 principalmente o anúncio de preço, lineup de lançamento, jogos prometidos para o futuro e também os planos de retrocompatibilidade. Existe muita esperança que a Sony faça um esforço para suportar também jogos de PS3, PS2 e PS1, mas acho que não veremos isso acontecer, e durante pelo menos o lançamento, o recurso de retrocompatibilidade seja apenas pra PS4 e PSVR. Não acho que a Sony vai oferecer um catalogo enorme de jogos fist-party via retrocompatibilidade no lançamento, mas eles devem usar a popularidade de jogos como God of War, Spider-Man, The Last of Us Part II, Horizon: Zero Dawn e Uncharted 4, dando suporte a retro nesses títulos. Se eu tivesse que chutar, o PS5 vai ter apenas um SKU, com lançamento para Novembro e custando U$399.

Falando de software, acredito que veremos anunciados durante 2020, o remake de Demon’s Souls feito pela Bluepoint, uma sequência de Horizon: Zero Dawn pela Guerrilla, um Gran Turismo mais tradicional, uma nova IP vindo do Japan Studio e um novo Ratchet & Clank pela Insomniac. Destes, talvez apenas o novo Ratchet e a nova IP do Japan Studio sejam jogos de lançamento, com o resto ficando para 2021. Pode ser que vejamos também o projeto multiplayer que a Naughty Dog está trabalhando, que aparentemente é ligado ao universo de The Last of Us e possivelmente em colaboração com um novo time que vem se formando desde 2018 na sede de San Diego da PlayStation. A Sony poderia já de cara trazer teasers e trailers de gameplay de jogos ainda distantes do lançamento como sequências de God of War e Spider-Man, mas acho que eles devem segurar esses grandes anúncios para shows futuros para manter o interesse durante o ciclo do console.

To bem curioso pra saber com quais estúdios externos a SIE vai colaborar para jogos first-party nesta geração. No começo do ciclo do PS4, Ready at Dawn, Supermassive e Quantic Dream eram apostas certas, mas em 2020 esse não é bem o caso com algumas destas empresas. Pode ser que vejamos colaborações com estúdios que nunca tiveram está relação com a Sony (acho que a gente tá caminhando para uma eventual colaboração com a Remedy por exemplo, mas acho muito cedo ainda). 

Vai ser interessante também ver quão grande o foco vai ser no relacionamento da plataforma PlayStation com jogos indies. No ano de revelação do PS4 existiu um grandíssimo foco em mostrar muitos indies na plataforma e até anunciando várias colaborações first-party com pequenos estúdios para jogos como Resogun, Helldivers, Shadow of the Beast, RiME (que acabou nem sendo publicado pela SIE) e Everybody Gone’s to the Rapture, mas projetos desse perfil foram sumindo ao longo da geração. Com a volta da iniciativa chamada de ‘’PS Loves Indies’’ liderada por Shuhei Yoshida, é possível que vejamos os indies voltarem a ter grande destaque nas press conferences da Sony.

Sem a necessidade de revelar nome e visual do seu console, acredito que a Microsoft vai continuar mencionando o Xbox Series X durante seus programas do Inside Xbox mas vai guardar os detalhes mais importantes para a E3 mesmo. A maior dúvida que paira em relação a hardware Xbox é a presença de múltiplas versões do console já no lançamento, contando além do Series X com uma variação menos parruda também. Eu tinha muitas dúvidas sobre a presença ou não de uma segunda versão no lançamento, mas tanto o nome do Series X quanto a intensidade dos rumores recentemente me diz que seria prudente apostar sim nesta possibilidade. Com isso em mente, podemos ver também em Novembro além do Xbox Series X a U$499, um console chamado Xbox Series S por U$349. Acho que o Series X vai custar mais que o PS5 sim, mas é porque existe a impressão de que ele vai ser um console mais poderoso também, assim como foi o caso com as revisões de meia geração com Xbox One X e PS4 Pro.

Com essa estratégia, a Microsoft tem ao mesmo tempo as opções de console mais poderosa, algo voltado para entusiastas, e também mais barata de nova geração, que combina com a proposta de baixo custo do próprio Game Pass, enquanto a Sony vai buscar o meio termo entre performance e preço, tentando repetir o sucesso do PS4. Mesmo com todos os rumores, indicações das próprias empresas, analise de estratégia e conhecimento prévio, prever qual vai ser a forma que esses consoles vão chegar ao mercado tem sido muito difícil e esta fadado a ter algo (ou tudo) errado nessas apostas, mas acho que ambas estas estratégias fazem sentido por conta de cada visão diferenciada das duas empresas.

Outra grande dúvida que tenho e já venho levantando a alguns meses, é sobre a compatibilidade de software first-party da Xbox Game Studios. Por enquanto, dos três jogos anunciados para o lançamento ou além da nova geração, Halo Infinite e Everwild estão confirmados também para a família Xbox One, enquanto Senua Saga: Hellblade II não teve confirmada uma exclusividade para nova geração. Me parece que pelo menos durante um certo período inicial, a Microsoft vai continuar publicando seus jogos first-party na geração atual também, então a previsão é essa, nada anunciado para 2020 e 2021 será apenas para a ‘’geração scarlett’.

Agora, no que será anunciado é que a coisa fica interessante. Com Everwild e Hellblade II, temos visto que a Microsoft não tem tido problemas em anunciar projetos ainda distante do lançamento, algo que a própria Sony fez muito no PS4, e deu bem certo em termos de marketing. Já tivemos indicações que devemos ver o projeto da The Initiative já em 2020, que espero ser uma nova IP, mesmo que o lançamento possa estar a alguns bons anos de distância. O próximo projeto da Undead Labs, que pode ser um jogo mais aos moldes de um MMO baseado no universo de State of Decay pode também ser uma promessa para o futuro, principalmente se for um jogo que possa ter um lançamento antecipado via o Xbox Game Preview.

Um jogo que já é falado no campo dos rumores a alguns anos é uma reimaginação de Fable feita pelo segundo estúdio da PlayGround Games, e acredito que finalmente veremos esse título, com um lançamento em 2021. É fato também que veremos o novo Forza Motorsport 8 anunciado e lançado esse ano. Será um grande ano de afirmação em relação a software para a Microsoft onde mais de 10 novos jogos publicados pela Xbox Game Studios serão lançados durante o ano no XB1, um número maior que os três anos anteriores combinados. Se baseando na natureza da retrocompatibilidade e também do Game Pass, esses jogos, junto com outros first-party, estarão na nova geração já no lançamento. Acredito que dos 14 estúdios de desenvolvimento interno da Xbox Game Studios, apenas os Canadenses da Compulsion não vão estar envolvidos com um jogo já anunciado, revelado ou a ser lançado em 2020, com o ano sendo uma demonstração da nova força first-party dentro da divisão Xbox.

E no fundo dessa briga toda entre Sony e Microsoft em 2020, ficará a Nintendo. Acho que vai ser um ano bem calmo pra eles em relação a hardware, mas pode ser novamente um grande ano para software no Switch. Por mais que ainda existam os rumores que já pairam a algum tempo, não espero nenhuma revisão drástica como um ‘’Switch Pro’’, e assim como foi pela primeira vez no ano calendário de 2019, o Switch deve liderar o mercado em relação a vendas em 2020 apenas com sua versão standard e também o Lite. 

Uma sequência pra Breath of the Wild foi anunciada durante a E3 mas não foi indicada uma data de lançamento, e penso que isso foi feito pensando na possibilidade de o jogo sair apenas em 2021, que é o que eu acredito. Isso pode abrir a possibilidade de vermos algum port ou remaster de um Zelda antigo como Wind Waker ou até A Link Between Worlds. O Switch já tem recebido muitos ports first-party de Wii U, e em Janeiro receberá seu primeiro port de Wii então as portas estão se abrindo para outros sistemas. Por mais que o 3DS tenha sido um console de grande adoção também, trazer alguns de seus melhores jogos para o Switch, pensando principalmente no aspecto mais portátil do Switch Lite, é algo que faz muito sentido para mim.

O grande first-party de 2020 na minha mente, será uma sequência para Super Mario Odyssey, sendo lançado em uma janela parecida com o original em 2017. Bayonetta 3 e finalmente Pikmin 4 são outros jogos que eu esperaria serem lançados em 2020. 

Acho que seria interessante também ver uma nova IP desenvolvida por algum dos grupos internos da Nintendo (os famosos ‘’EPD’’), talvez vindo do grupo responsável por Mario Kart e mais recentemente ARMS. Sempre quando temos novas gerações vindo, alguns dos destaques são novas IP’s, então mostrar que no Switch, além das marcas fortíssimas, existem também novas propriedades aparecendo, destacaria o console no meio dessa briga, mesmo que ele tenha um espaço no mercado um pouco diferente do que consoles Xbox e PlayStation.

Seria ótimo também ver ainda mais colaborações no modelo de Cadence of Hyrule, só que ao invés de usar uma IP tão forte como Zelda, preferiria que eles dessem alguma de suas propriedades mais dormentes para experiências com outros desenvolvedores.

Assim como foi em 2019, começamos o ano sabendo pouco do lineup first-party da Nintendo para o ano, então acredito que eles irão repetir a estratégia esperada de divulgar muita coisa já em uma direct em alguma data no meio de Fevereiro. De surpresa foi revelado uma Direct focada em Pokémon para esta semana que pode além de trazer updates para projetos já anunciados, algum spin-off out até a nova leva de remakes, agora baseados na geração Diamon & Pearl, vindo para o Switch.

Para eventos mais tarde no ano, em Setembro de 2018 e 2019 vimos a Nintendo adicionar plataformas a seu serviço online, e enquanto muitos já antecipam que essa vez seja o Nintendo 64, acredito que além dele jogos de Game Boy e GBA também virão para o serviço.

Talvez seja um ano mais contido para releases third-party, com as publishers movendo para hardwares ainda mais parrudos, mas acho que isso vai abrir ainda mais os portões dos ports e remasters no Switch, enquanto indies e o poder first-party vão carregar o prestígio de novos lançamentos.


Acertando tudo ou errando miseravelmente, 2020 será um ano fascinante e empolgante de qualquer forma por conta da nova geração e todos os novos paradigmas que ela pode trazer para o mercado, e também porque vai ser interessante ver como a Nintendo vai se comportar durante esse período. Mal posso esperar para que vejamos grandes anúncios e acontecimentos durante o ano.

Quais são suas maiores apostas e desejos para 2020?