0

Super Nintendo em 20 jogos

No próximo dia 21 de novembro, o imortal Super Nintendo irá completar 30 anos de idade. Antes que você se sinta velho / velha por estar tendo noção disso, resolvemos comemorar a data selecionando 20 dos principais jogos lançados para o console, mas com um detalhe: levando em consideração títulos que foram importantes no Brasil, mas não necessariamente no resto do mundo.

++ Leia Mais – 20 anos de PlayStation 2: 20 jogos inesquecíveis

Chegou oficialmente no Brasil em 1993 através de Playtronic, uma join-venture entre a Gradiente e a Estrela, mas já havia dominado os lares muito antes disso com consoles importados. Vale lembrar que aqui teve forte concorrência do Mega Drive, principalmente pelo belo trabalho da Tec Toy no país.

Lembro como se fosse ontem o dia em que vi uma imagem de Super Nintendo pela primeira vez. Estava no portão do colégio, esperando para ir embora, quando abri a revista e vi Turtles in Time. Fiquei boquiaberto e pensei “caramba, nunca vou ter isso na vida”. Alguns meses depois, meu pai havia economizado uma grana e teve uma viagem a trabalho para os Estados Unidos. Ele trouxe um Snes de surpresa (na mala, sem caixa) com o Tartarugas Ninja Turtles in Time e com Super Mario World. Chorei e não tenho a menor vergonha de dizer isso.

E você, qual a sua história com o Super Nintendo?

Sem maiores enrolações, vamos aos 20 jogos selecionados, tentando restringir a apenas uma escolha por franquia.

Faltou algum? Não esqueça de comentar abaixo!


Chrono Trigger (1995)

A lista está em ordem alfabética, mas Chrono Trigger poderia encabeçar qualquer uma de melhores jogos de Super Nintendo ou até mesmo de jogos já feitos em todos os tempos com certa tranquilidade. Sua aventura ingênua, cheia de plots e com muita viagem no tempo é empolgante até para quem for se aventurar hoje por ele na luta contra Lavos. Para completar uma receita perfeita, sua arte é atemporal (putz, foi mal o trocadilho involuntário; Toriyama, né?) e a trilha sonora faz qualquer um criar imediata identificação e nostalgia por onde quer que esbarre com ela. Um clássico.


Contra III: The Alien Wars (1992)

Feito pela Konami em sua época áurea, é um side-scrolling run and gun e o terceiro título caseiro da franquia e o primeiro a desembarcar no Super Nintendo. Sua dificuldade elevada estimulava os jogadores a se superarem, regado a um visual estilizado e sons acima da média. O poder do novo videogame também permitiu fases mais interativas e mais ação do que os jogos do Nes. Tem multiplayer local para 2 jogadores e usou de maneira orgânica em seu design as possibilidades que o Mode 7 criava em duas das suas seis fases.


Demon’s Crest (1994)

Capcom sempre foi muito criativa e viveu bem mais do que de Street Fighter e de jogos da Disney. Demon’s Crest é um jogo de plataforma muito interessante, com temática oriunda do Ghosts n’ Goblins e com elementos de RPG e de Metroidvania; você pode ir e voltar em pontos da fase de acordo com as habilidades que for destravando, com direito a um World Map para ajudar na exploração. Sua arte é chamativa e cheia de identidade, assim como sua trilha sonora que abusa de órgãos.


Donkey Kong Country (1994)

Quando o PlayStation já estava no mercado e vinha atraindo certa atenção, a Nintendo contra-atacou com este plataforma clássico feito pela Rare, utilizando um personagem que até então era vilão para a empresa ao lado de um macaquinho carismático de boné vermelho. Com 40 níveis variados, fases de bônus, muitos segredos e colecionáveis, dificuldade na medida certa, gráficos inacreditáveis pré-renderizados e uma trilha imortal de David Wise, DKC instantaneamente se tornou um clássico. Teve duas sequências tão boas quanto ainda no Super Nintendo que não poderiam deixar de ser mencionadas.

++ Escute nossa Locadora sobre Donkey Kong Country


Earthbound (1994)

Chamado no Japão de Mother 2, é um RPG estruturalmente clássico e muito simples, mas lotado de boas sacadas e com um bom humor que o diferenciou do restante do mercado. A história tem a ver com um meteoro que cai nos arredores da casa do protagonista Ness (haha), onde um vilão do futuro Giygas está chegando para destruir a Terra. Afasta-se um pouco da fantasia medieval, cheio de referências à adolescência da época, como usar tacos de baseball ou conseguir o dinheiro do jogo em caixas eletrônicos, Earthbound é querido até por não amantes de RPG.


F-Zero (1990)

É o primeiro título da série e uma das opções disponíveis na line-up inicial do Super Nintendo. Demonstrava a força do novo console através do potencial gráfico que simulava um 3D com o Mode 7, com bastante rotação e que deu uma revigorada em um gênero que até então era simplista demais nos consoles. Futurista, cool, com boa trilha sonora e um desafio relativamente alto foi um prato cheio e uma das provas do salto de geração que o Super Nintendo precisava para estimular a troca de consoles pelo público.


Final Fantasy VI (1994)

Considerado por muitos com o melhor Final Fantasy já feito, chegou no ocidente sob o nome de Final Fantasy 3 por causa da confusão que a Square fez na demora em adaptar os jogos da série. É emblemático do início ao fim. Abandonando o tom medieval da franquia até então e adota um steampunk que se tornou uma nova referência, conta a história de Terra em uma luta contra um império ditador anti-magia. Tem história, tem batalhas e personagens marcantes incluindo o vilão Kefka, mas sua trilha sonora é algo de outro planeta, desde o imponente tema de Terra até momentos delicados como o destino de Celes. Continua irretocável mesmo 26 anos depois do seu lançamento e sem precisar de CGs para impressionar.

++ Leia Mais – Timeline 01: A franquia Final Fantasy


International Super Star Soccer Deluxe (1995)

Veio para rivalizar com a EA e seu Fifa Soccer. Tinha carisma o suficiente para isso e muito mais, com gráficos diferentes, muitas seleções, animações aprimoradas, jogadores em proporções reais e com nomes fantasiosos, mas facilmente reconhecíveis. Foi responsável pela criação de um mito brasileiro, Allejo, que anos depois foi revelado ter sido inspirado em Bebeto – e até faz sentido, uma vez que sempre usou a camisa 7 da seleção como nosso baiano. Com bastante modos de jogo, fácil de jogar, possibilidades táticas ampliadas e com um Brasil imbatível, fica fácil saber porque popularizou tão rapidamente por aqui.


The Legend of Zelda: A Link to the Past (1991)

Um dos melhores jogos da história, pegou tudo o que o original de Nes havia criado (deixando de lado a plataforma de Zelda 2) e expandiu usando a capacidade gráfica e sonora do Super Nintendo, inserindo também uma narrativa interessante de construção como fantasia clássica. Seus dois mundos a serem explorados, o da Luz e o das Trevas, deixavam a jornada do combate contra a volta de Ganon épica, ao mesmo tempo que novos equipamentos ajudavam na exploração e davam novas possibilidades de puzzles, deixando as dungeons mais complexas.

++ Escute nossa Locadora sobre A Link to the Past.


Mega Man X (1993)

Evolução da franquia clássica de muitos jogos que surgiu no console anterior, Mega Man X foi o pontapé inicial para uma série nova que trazia mais personagens, fases mais dinâmicas e um tapa na jogabilidade, como a possibilidade de usar dash e de subir pelas paredes. Trouxe a primeira participação de Zero, que se tornou tão querido que depois ganhou série própria. Difícil mesmo nas primeiras fases, é mais um título que teve um upgrade gráfico gigantesco (como de praxe em praticamente todos da lista) e com uma das melhores trilhas sonoras entre todos os títulos do Super Nintendo.

++ Escute nossa Locadora sobre Mega Man X


Secret of Mana (1993)

Provavelmente a minha capa de games favorita de todos os tempos. Secret of Mana se diferenciava de seus irmãos mais famosos da época por ser um RPG de ação, e não em turnos como jogos como Final Fantasy. Seus gráficos bonitos e boa trilha eram a base perfeita para uma história de aventura sobre três protagonistas que tentam impedir que o feiticeiro maligno Thanatos domine o mundo com suas fortalezas voadoras. É possível escolher e nomear com qual protagonista jogar, com os outros sendo controlados pela inteligência artificial, mas caso você possuísse o acessório multitap, os três poderiam ser controlados simultaneamente pelos jogadores, o que também não era comum.


Star Fox (1993)

Shooter da Nintendo que mostrava o poder do seu novo console, com gráficos poligonais milagrosos gerados através do chip Super FX. Você está na pele de Fox McCloud, um mercenário que controla a nave de alta-performance Arwing em uma Guerra entre os planetas Corneria, que está sendo atacado, e Venom. O interessante é que o jogo não era linear, com a possibilidade de alternar caminhos entre fases dependendo de quantas exigências eram cumpridas ao longo delas. Além da perspectiva de combate, outro diferencial de Star Fox era a possibilidade de acelerar ou reduzir a velocidade da nave, dando um controle maior ao jogador.


Street Fighter II Turbo: Hyper Fighting (1993)

O lançamento de Street Fighter 2, febre dos arcades, para Super Nintendo ajudou a catapultar o console para o estrelato, possibilitando jogar SF2 em casa sem a perda de fichas, ainda que com algumas concessões. Porém, foi com uma versão upgrade lançada menos de um ano depois do original que a franquia alcançou o refino: bom equilíbrio entre os personagens, novos golpes, uma opção de velocidade mais elevada (o que deixava o jogo mais preciso), além de disponibilizar os chefões como personagens selecionáveis fizeram desta a melhor versão para o console.

++ Escute nossa Locadora sobre Street Fighter II


Super Mario Kart (1992)

Hoje é aclamado, mas a surpresa ao ver os personagens da Nintendo disputando corridas de kart em cenários do universo Mario foi uma coisa de louco. Você podia escolher um dos oito personagens disponíveis, cada um com características próprias, e enfrentar não apenas os desafios de uma corrida tradicional para chegar em primeiro, como também os power ups adaptados que poderiam ajudar ou atrapalhar, além de armadilhas como buracos, lama, penhascos espalhados pelo cenário. Criou um gênero até hoje copiado e contava com um multiplayer para 2 local com modos de corrida e batalhas em arenas.


Super Mario RPG: Legend of the Seven Stars (1996)

Nintendo e Square juntas? Dessa junção veio um RPG simpático onde Mario deve enfrentar não Bowser, mas sim Smithy Gang, que pretende roubar as sete estrelas do mundo. Com muito bom humor e aproveitando as características estabelecidas pelos jogos anteriores para criar variados mundos, este Mario RPG tem uma história simples, mas envolvente e divertida. Quem um dia imaginaria ver Mario e a Princesa Peach trabalhando ao lado de Bowser? Foi lançado pouco antes da chegada do Nintendo 64 e também o jogo testamento da Square para a Nintendo, que depois mudaria de casa para levar o seu Final Fantasy e seus vários RPGs para o console concorrente, o PlayStation.


Super Mario World (1990)

Tarefa difícil suceder um dos maiores jogos já feitos. Mas sua estreia na nova geração foi digna, com um jogo divertido, viciante e lotado de novidades, desde power ups à primeira aparição de um hoje icônico personagem: Yoshi. Suas 96 saídas eram febre e faziam com que os jogadores explorassem cada cantinho das fases, bastante variadas. A capa não apenas permitia que os jogadores voassem por todo o cenário como também criava possibilidades de esconderijos para novas saídas. Um clássico que chegou a ser vendido junto com o console, não a toa tão querido por ficar na memória de várias infâncias.

++ Escute nossa Locadora sobre Super Mario World


Super Mario World 2: Yoshi’s Island (1995)

Ok, tentamos não repetir as franquas, mas Yoshi’s Island é tão diferente do seu antecessor que merecia um tópico próprio. Depois do sucesso do dinossauro verde no primeiro Super Mario World, Yoshi estrela sua própria aventura protegendo o bebê Mario depois que ele cai da cegonha que o carregava. Seus gráficos eram coloridos e estilizados de forma a parecerem uma pintura de giz de cera, até hoje lindíssimos graças ao chip Super FX 2, e a jogabilidade tinha identidade própria; até mesmo o ato de perder uma vida é tematizado em perder o bebê, que voa pelo cenário e deve ser pego de volta antes de determinado tempo. É um jogo adorável e aclamado nos mais diversos sentidos.


Super Metroid (1994)

Aclamado pela crítica e pelo público, é um dos maiores clássicos do Super Nintendo. A atmosfera de solidão é iminente desde o primeiro segundo, onde Samus precisa recuperar um Metroid roubado por Piratas em um mapa gigantesco e lotado de segredos. É necessário buscar upgrades para alcançar áreas antes inacessíveis, ter uma boa sensação de localização para não se perder e saber administrar um novo inventário para escolher bem qual power up usar em determinadas situações. Sua trilha sonora é parte fundamental para total experiência imersiva.

++ Escute nossa Locadora sobre Super Metroid


Teenage Mutant Ninja Turtles: Turtles in Time (1992)

Boa adaptação de um arcade de mesmo nome, este jogo trazia a febre das Tartarugas Ninja para dentro da sua casa com um divertido modo coop para duas pessoas. Beat ‘em Up competente, tinha algo interessante: um passeio pela história da humanidade através de um portal dimensional que o Destruidor criou, o que deixava as fases bem diversificadas. Jogar os inimigos na tela era extremamente divertido e a jogabilidade em fases com prancha variavam um pouco para a pancadaria não cansar rápido.


Top Gear (1992)

Em seu Video Games Live, Tommy Tallarico disse que não sabia porque Top Gear era tão popular no Brasil – algo que não se repetia no resto do mundo. Em uma visão direta, brasileiro sempre gostou de jogo de corrida e esse era bem moderninho, com seu sistema onde o carro ficava parado no centro e o cenário se mexia rapidamente, dando uma boa sensação de velocidade. E as músicas… Ah, as músicas. De tão popular, já virou até forró. Pra fechar o caixão, eram rachas onde era necessário se preocupar com nitros e combustível, além de ter uma pista no Rio de Janeiro. Brasileiro sempre foi meio carente nos games e gostava de se ver em tela. Sucesso.