0

Game Pass mudou não só a nossa forma de jogar, mas também o discurso em volta do Xbox.

O último jogo completamente novo publicado pela Xbox Game Studios foi Tell Me Why em Setembro do ano passado, o último episódio do adventure ta Dontnod saiu no dia 10/09, então quase oito meses atrás. De lá pra cá apenas ports como Gears Tactics para consoles ou versões aprimoradas de antigos first-parties para a nova geração (e o excelente DLC de campanha ‘’Hivebusters’’ para Gears 5). Em outros tempos talvez, essa seca seria alvo de escrutínios muito maiores, de questionamentos incisivos de onde estão os jogos novos pensando no lançamento de consoles novos e um tom negativo pairaria sobre a plataforma. A realidade, porém, não poderia ser mais diferente.

Lineup do Xbox Game Pass em Março. Fonte: Divulgação Microsoft


Nos primeiros meses deste ano, a maré de imagem da plataforma Xbox é extremamente positiva. O serviço do Game Pass tem oferecido cada vez mais jogos e no último mês foi uma enxurrada de novidades e adições que fizeram os fãs explodirem em elogios sempre que possível.

Os maiores anúncios talvez vieram com jogos como Outriders e MLB The Show 21, dois lançamentos de ‘’preço cheio’’ de grandes publishers, um deles inclusive, desenvolvido por um estúdio da concorrente Sony, sendo lançados diretamente no Game Pass. Mas estes exemplos foram só talvez os mais chamativos, nos primeiros 4 meses do ano vieram também para o serviço alguns indies muito elogiados já nas suas datas de lançamento (Narita Boy, Genesis Noir, Cyber Shadow) jogos que tinham pulado a plataforma, chegando no Xbox diretamente pelo Game Pass (Yakuza 3, 4, 5 e 6, Octopath Traveler, Dragon Quest Builders 2, Undertale), mais de 20 jogos da Bethesda, versões mais recentes de praticamente todos os jogos de esporte (FIFA, Madden, NHL, NBA 2K e até Football Manager que por muitos anos não era lançado para consoles, chegou ao Xbox e depois ao Game Pass nos últimos meses) e vários outros jogos, entre exclusivos third-party como The Medium e grandes jogos já consagrados como GTA V, que voltou ao serviço

A sensação é de que praticamente semanalmente, anúncios e novas adições acontecem e a reação é sempre positiva pensando na qualidade do conteúdo sendo adicionado. Existe uma absoluta realização de que existem mais jogos disponíveis do que tempo para se jogar tudo que chega a plataforma. E a tendência é que esses tipos de acordo com third-parties de tamanhos variados continuem acontecendo. Números de jogadores e de vendas digitais de Outriders na plataforma Xbox foram ótimos, então é provável que mais lançamentos de médio e grande porte sigam o exemplo, e tivemos um ID@Xbox Showcase em Março que confirmou mais de vinte indies do programa que serão lançados direto no serviço.

É por isso que a falta de lançamentos first-party não tem tido nenhuma consequência muito impactante tanto para efeitos de mercado quanto para a imagem da Xbox. Ambos os modelos de Xbox Series estão constantemente esgotados no mercado, e se não temos números concretos fornecidos pela Microsoft, baseado em alguns dados secundários, a percepção é de que o carregamento de Xbox Series é ao menos similar, senão ligeiramente maior, que o disponibilizado de Xbox One no mesmo período. O Game Pass teria chegado a marca de 23 milhões de assinantes, um crescimento de 5 milhões nos últimos quatro meses. Demanda pelos consoles Xbox está alta, e interesse e assinaturas do Game Pass só crescem, lembrando mais uma vez, sem que eles tenham lançado qualquer jogo first-party novo nos últimos sete meses. A realidade de hoje só confirma que adiar Halo Infinite para o fim de 2021, um jogo massivamente esperado pelos fãs, que era o vendido e visto como o grande exclusivo para o lançamento de uma nova geração, foi extremamente acertada. O lançamento dele em Novembro de 2020 não teria nem como mover mais consoles do que foram movidos, já que os estoques são menores que a demanda, e o resultado do adiamento certamente será de um jogo melhor, com maior potencial de atender as expectativas dos fãs.

Halo Infinite. Fonte: Divulgação Microsoft.

No passado, existiam constantemente indagações  (talvez um pouco exageradas) em volta do Xbox perguntando ‘’onde estão os jogos?’’, e hoje o discurso comum é de que esta é a plataforma onde é mais acessível jogar uma variedade enorme de jogos.

E o melhor, é que essa ‘’seca’’ de first-parties é temporária. Com a finalização do acordo bilionário de aquisição da Zenimax por parte da Microsoft, a família Xbox Game Studios conta agora com 23 diferentes estúdios de desenvolvimento interno, e assim que todas as aquisições dos últimos 3 anos se refletirem em lançamentos de exclusivos num ritmo mais constante, o serviço só vai melhorar sua qualidade e imagem.