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REVIEW: Monkey King: Hero is Back

Data de lançamento: 17 de Outubro de 2019
Desenvolvedoras: Hexa Drive, Sony Interactive Entertainment
Publishers: Oasis Games, THQ Nordc.
Plataformas: PC, PS4
Preço: U$34,99


Desde que a proibição de consoles foi suspensa na China em 2015, todas as plataformas vêm aprimorando seus esforços no país para obter qualquer margem possível do maior mercado de videogame do mundo. A competição é dura, já que os quinze anos de proibição tornaram os dispositivos móveis e os PCs as principais plataformas de jogos por lá. Para se ajustar ao mercado, essas empresas estão investindo não apenas em trazer seu próprio conteúdo para o sistema no país, mas também em trazer conteúdo Chinês para a plataforma. Monkey King: Hero is Back é um desses movimentos, e foi descrito pela divisão de Shanghai da Sony Interactive Entertainment como um passo importante para tornar o PS4 mais popular na China.

Este é um jogo baseado em um filme. Mas não é um filme qualquer, é baseado no que foi o filme de animação com maior bilheteria da história da China por um tempo, um filme baseado em um dos romances históricos Chineses mais populares, conhecido no resto do mundo como ”Jornada ao Oeste”. Este é o conto em que Akira Toriyama se baseou para a criação de Dragon Ball, e até jogos ocidentais como Enslaved usaram desse romance ​​como inspiração. Essa produção envolveu a October Animation, o estúdio responsável pelo filme de animação original, Oasis Games, uma publicadora Chinesa que se especializa em trazer vários jogos chineses para o mercado ocidental, a Sony Interactive Entertainment, que supervisionou e auxiliou a produção, e Hexa Drive, um estúdio Japonês que foi escolhido para desenvolver o jogo.

Apesar de o braço chinês da SIE ter destacado e promovido tanto este projeto, inclusive confirmando que este receberia um lançamento ocidental desde o momento em que foi anunciado, as divisões Americanas e Europeias da PlayStation praticamente nunca falaram em todo esse tempo do jogo. Apenas alguns meses atrás, ficamos sabendo que a THQ Nordic seria a responsável pela publicação e distribuição nesses mercados e parecia que a Sony realmente não queria ser associada a Monkey King. Depois de jogar, entendo muito mais a abordagem deles.

Depois de ser congelado por 500 anos por entrar em conflito com os deuses, o Rei Macaco é acidentalmente despertado por Lieur, uma criança que esta fugindo de monstros que atacaram sua aldeia. A partir daí, Dasheng (o Rei Macaco) relutantemente ajuda Lieur a lutar contra os monstros e parte em uma jornada para encontrar as crianças que foram sequestradas da vila, uma aventura que também tem laços com as origens e as razões de Dasheng ter sido originalmente congelado. É uma rotina narrativa muito conhecida do anti-herói que é avesso a ajudar os mocinhos a princípio, mas acaba sendo o grande salvador no final. Isso não é um traço inerentemente ruim, mas você deve dar muita exposição, contexto e desenvolvimento aos personagens para tornar essa uma história que não parece muito genérica. Infelizmente, esse não é um desses casos, já que temos aqui um conto muito básico. Nós estamos falando de um jogo baseado em um filme infantil, então não é algo tão surpreendente.

O jogo é um action-adventure, primariamente linear com um pouco de espaço para explorar em suas áreas. Não existem muitos ambientes ou áreas notáveis ​​aqui, e o sentimento de atravessar pelas as fases é que não existe um grande desejo de tornar essa experiência como algo distinto ou inspirado, e para ser sincero, esse é o sentimento que recebo do projeto em geral. Cutscenes e diálogos são entediantes e demorados demais, e a sensação é de que esse é um dos jogos licenciados que eram muito mais populares na era PS3 ou PS2, onde não havia muito ímpeto de fazer disso algo distinto e com personalidade própria, mas mais algo para passar como um produto que apenas lembre os fãs da propriedade original.

Até a maneira como ele é estruturado parece algo ultrapassad, tendo interrupções para telas de carregamento de forma recorrente e estranha. Em vez de transitar entre livremente entre as áreas de cada fase, você precisa pressionar um botão para ‘viajar’ para uma área que está bem à sua frente. Isso leva a telas de carregamento que não são muito longas (geralmente duram entre 3 e 5 segundos), mas estas acontecem com muita frequência e mostram como esse projeto é desconexo em muitas ocasiões. Por exemplo, existe esta seção do jogo em que tudo o que você faz é combater ondas de inimigos, mas em vez deles aparecerem naturalmente após cada onda, você deve ir para o meio dessa arena e pressionar um botão para ativar a próxima onda, obtendo outra tela de carregamento no processo a cada. Isso mostra o quanto essa limitação pode prejudicar o ritmo do jogo.

O tom cinematográfico do jogo influência o combate também, que mecanicamente é um brawler até competente. A qualidade da animação, tanto de Dasheng quanto dos inimigos surpreende pela alta qualidade, e os combos proporcionam uma excelente exibição visual. Além de um ataque leve e pesado, com modificações baseadas em sua postura (padrão, saltando e agachado), você também tem contra-ataques. Ao executar um parry com êxito, você entra num rápido QTE que te pede para pressionar constantemente o botão de ataque. Não é nada impressionante em termos mecânicos, mas se encaixa muito bem na apresentação cinematográfica que existe aqui. Ao longo do jogo, você ganha experiência e coleciona materiais que podem ser usados para melhorar seus combos, obter novas habilidades especiais e comprar itens de cura. O combate é provavelmente o aspecto mais interessante do jogo da perspectiva de design e jogabilidade, mas os cenários em que eles implementam o combate não coincidem com isso. Há uma variedade limitada de inimigos e encontros e sua estratégia não mudará muito dependendo do que você está enfrentando. Existem vários modificadores legais, como as habilidades e objetos especiais no cenário que podemos usar, como cajados e bancos, que mudam o ritmo e o visual do combate, mas eles não são bem explorados, não se fazendo necessários ou bem incentivados a usar. Eu também gostaria que o combate e a movimentação no geral fossem um pouco mais rápidos.

VEREDITO

Fiquei legitimamente impressionado com alguns dos valores de produção em Monkey King: Hero is Back, especialmente a animação e como eles casam esse aspecto com o combate, mas no geral este é um jogo que oferece muito pouco em relação a qualidade e originalidade. Talvez eu esteja sendo muito duro com um jogo que não é apenas voltado principalmente para crianças, mas também algo sendo usado como uma isca para um país e uma cultura totalmente diferentes adotarem o PS4, mas Monkey King é um produto que parece vindo do passado, e um que mesmo em outros tempos não seria visto como algo especial.

6/10


O review foi baseado em uma cópia de PS4 fornecida pela THQ Nordic