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Playstation em 20 jogos

No último dia 9 de setembro, o Playstation 1 completou inacreditáveis 25 anos do seu lançamento. Seguindo uma linha editorial que está se tornando tradição no Reloading, resolvemos listar 20 jogos que resumem a experiência que foi ter o PS1 em meados dos anos 90 até o começo do novo milênio no Brasil. Uma novata entrando em um disputado segmento onde gigantes como Nintendo e Sega se degladiavam há muitos anos. Fórmula para o fracasso, correto? Pois não foi bem assim que a história foi escrita.


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A Sony, depois de ser esnobada pelas duas maiores do ramo, resolveu lançar por conta própria o seu videogame com um nome simples, direto e que não dá margem para dúvidas: Playstation. Barato, fácil de programar e com um aspecto cool que agradou em cheio aqueles jovens que cresceram e encontraram no novo console da Sony um lar mais moderno, que deixava de lado o aspecto infantil que conhecíamos até então para abraçar um público que havia crescido.

O marketing era agressivo: quem nunca pelo menos escutou falar da épica E3 onde apenas o preço foi dito no palco?

A primeira vez que vi um Playstation 1 foi na casa de um amigo, Fabrício, quando o irmão dele jogava Final Fantasy VII. Engraçado que, na época, já tinha o Nintendo 64 e jogava bastante Mario 64 e 007, mas ver FFVII foi algo… diferente. Paixão à primeira vista. Pelas músicas, pelos cenários pré-renderizados e pela pegada que não sabia bem o que era, mas estava sentindo. Não que no ano seguinte eu não tenha me debandado de volta para o 64 com o seu Ocarina of Time, mas naquele dia, com aqueles polígonos sólidos, coloridos, alguma coisa mudou para sempre.

A parte de trás das caixas, com jogos listados, deveria ser padrão da indústria. É simplesmente muito maneiro você esbanjar orgulhosamente sua biblioteca assim.

Claro que muita gente vai discordar na seleção de um, de outro ou até de vários da lista, mas isso que é maravilhoso em um console com uma biblioteca tão rica: cada experiência foi diferente e uma não é, necessariamente, melhor do que a outra.

Então, aproveitem o espaço dos comentários abaixo para relembrar títulos que ficaram de fora. Tentamos nos ater a um jogo por franquia. O PS1 também foi conhecido como o lar dos RPGs, então mesmo que prefira outros jogos aos que estão abaixo, tentamos ser o mais abrangente possível nas escolhas, pois seria fácil fazer uma lista de 20 RPGs, por exemplo.

Mas essa intro tá grande demais, então vamos ao que interessa: os jogos.


Castlevania: Symphony of the Night (1997)

Castlevania não era exatamente uma novidade em 97, mas SotN trouxe uma série de inovações que foram responsáveis por inaugurar um novo gênero, o Metroidvania, dando a ele uma imensurável relevância. Isso porque agora as fases foram deixadas de lado em prol a um mapa gigantesco, único, exploratório entre idas e vindas de maneira não linear e de acordo com sua progressão, escondendo também segredos e muitos inimigos pelo caminho. Abraçou também o RPG com equipamentos, uma trilha sonora marcante e uma história rica, mas sem nunca abandonar a jogabilidade e essência que fizeram Castlevania o sucesso que sempre foi. É hoje um dos jogos mais importantes já feitos, com títulos seguindo a mesma linha de game design mesmo 23 anos após o seu lançamento.

Dedico essa escolha a meu amigo de bancada Bruno Carvalho


Chrono Cross (1999)

Suceder Chrono Trigger não era uma tarefa lá das mais agradáveis, afinal, é um dos maiores jogos de todos os tempos. A Square sabia disso e resolveu fazer de Cross uma sequência não direta: compartilha ideias, temas e se conecta sutilmente ao original, mas conta uma história completamente nova. Há uma infinita discussão entre fãs sobre qual é o melhor (não é a ideia aqui), mas Cross conseguiu, a sua maneira, marcar época mesmo em meio a inúmeros outros RPGs japoneses do console. Os gráficos eram muito coloridos, havia mais de 40 personagens para serem encontrados, a história é reflexiva e profunda e a trilha sonora até hoje ecoa em serviços de streaming entre fãs e não fãs. Pode ser diferente de Trigger e acabou tendo que tankar essa responsa, mas é um jogaço de respeito.


Crash Bandicoot (1996)

Em uma época onde a batalha de mascotes era acirrada, Crash foi o que chegou mais perto de representar este conceito no Playstation. No mesmo ano em que Super Mario 64 definia como deveria ser um jogo de plataforma em 3D, Crash fez do seu jeito algo único, divertido, bem humorado e, em muitos momentos, desafiador – só ver as reações ao recente remaster internet a fora. As fases alternam a visão entre a tradicional plataforma 2D e desafios em um 3D ainda experimental, sem controle de câmera, enquanto o marsupial pula, gira e coleta frutas pelas fases – muitas delas lotadas de segredos.

Dedico essa escolha a meu amigo de bancada Felipe Mesquita


Final Fantasy VII (1997)

Chamou muita atenção pela troca de plataforma: até FF7, os jogos da franquia Final Fantasy eram sinônimo de Nintendo. Culpa da teimosia da Big N em insistir nos cartuchos contra a mídia do futuro, o CD adotado pela Sony, que possibilitou ao jogo ganhar tons épicos ao longo de seus três discos. A história é ainda mais relevante hoje do que quando foi lançado, tratando de temas como meio ambiente e luta contra grandes corporações autoritárias. Gráficos de ponta que misturavam 3D, cenários pré-renderizados e cenas inacreditáveis em CGI, uma fórmula que acabou definindo aquela geração. Seus personagens atravessaram décadas, a trilha sonora, ainda que não fizesse jus ao CD, é um primor em composição e as batalhas, oriundas do ATB, muito divertidas. Talvez não seja o seu episódio favorito (no próprio PS1 ainda tivemos os badalados 8 e 9), mas sem dúvida nenhuma é o mais popular de todos, até para quem nunca foi muito de RPG japonês.

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Final Fantasy Tactics (1997)

No mesmo ano em que FF7 abalou o mundo, Final Fantasy Tactics foi por uma outra vertente. Adotou um tom mais adulto, com uma trama cheia de reviravoltas, personagens relevantes, tons políticos, temas pesados e background rico de guerras entre nações. Foi o pontapé inicial no universo que hoje conhecemos como Ivalice, explorado em outros jogos como Vagrant Story e Final Fantasy XII. A jogabilidade era diferente: ao invés da tradicional exploração e batalhas por turnos, FFT era um spin-off story-driven com muitos combates estratégicos entre várias unidades, possibilidades de customizações com os jobs e grids que determinavam o alcance de ação de cada personagem no campo de batalha. É tão diferente dos demais títulos da série, e ao mesmo tempo tão bom, que merece uma citação repetida à parte de FF neste especial.

Dedico essa escolha a meu amigo de bancada Edu Aurrai


Gran Turismo 2 (1999)

O primeiro foi um sucesso inesperado, tornando-se por muitos anos a principal franquia comercial da Sony. Gran Turismo 2 impressionava pelo seu escopo de mais de 600 carros pilotáveis, com pistas espalhadas pelo mundo e a inclusão, pela primeira vez, de uma real: Laguna Seca. Quem também debutou nesta versão foram as corridas de rally, que tinham uma jogabilidade diferente dos tradicionais circuitos fechados. GT sempre foi conhecido por sua simulação e possibilidades de ajustes no carro, mas além desse modo existe também o arcade para quem quer correr sem se preocupar com licenças e demais aspectos técnicos dos veículos. Sua abertura é memorável, uma verdadeira declaração de amor ao esporte com diferentes imagens de carros, pontuada pela canção My Favourite Game, do The Cardigans.


Grandia (1999)

Talvez a escolha mais pessoal da lista. Não que Grandia não seja um grande jogo (putz, mal o trocadilho), apenas está longe de ser uma unanimidade. Um RPG que nasceu no Saturno e desembarcou no Playstation dois anos depois, contando a história de Justin e a maior aventura de sua vida quando ele descobre o mundo além de suas fronteiras. Na contramão dos principais títulos de sua época, talvez por ter demorado a chegar no PS1, seus gráficos eram totalmente em 3D e meio datados, não utilizando dos populares pré-renderizados. Mas sua sensação de aventura, seus personagens ultra carismáticos, seus combates movimentados e sem batalhas aleatórias, uma trilha sonora precisa e pontual fizeram de Grandia uma experiência marcante e merecedora de ser lembrada.


Mega Man X4 (1997)

Um dos mais icônicos jogos dessa extensa série, Mega Man X4 trouxe algumas novidades para os seus jogadores, tais como escolher entre o robô azul ou Zero logo de cara e ter uma história narrada usando sequências em anime. Os dois protagonistas possuem diferenças, tais como Mega Man ter o seu tradicional ataque à distância, enquanto Zero usa uma espada de curto alcance. Sua trilha sonora se destaca mesmo com o alto nível da franquia, assim como os gráficos ficaram mais bonitos e detalhados graças ao poder dos 32 bits – este foi o segundo a ser lançado no PS1 e Saturn. Segue sua tradicional estrutura, onde após um estágio inicial, oito novas fases podem ser completadas sem qualquer ordem específica, com o chefe final concedendo uma habilidade especial para o personagem que será útil contra um outro chefe em específico; daí a importância de se avançar em uma certa ordem pelos estágios.


Medal of Honor (1999)

Steven Spielberg já era figurão importante da indústria cinematográfica quando decidiu, após ver o filho jogar 007 no Nintendo 64, fazer o seu próprio jogo de guerra, tema que mantém interesse e que já havia visitado em filmes como O Resgate do Soldado Ryan e A Lista de Schindler. Sua história se passa perto do final da Segunda Guerra, quando um fictício soldado chamado Jimmy Patterson deve cumprir perigosas missões de sabotagem, resgate e infiltração contra os nazistas. O jogo tem boa variedade, usa com eficiência a presença de um analógico no controle e tem uma animação realista no movimento de seus inimigos, tendo excluído o sangue e mortes mais gráficas após o massacre de Columbine. Entre as missões, interessantes vídeos históricos são exibidos.


Metal Gear Solid (1998)

Metal Gear não nasceu no Playstation, mas foi com a série Solid e o jogo de 1998 que ganhou o mundo e tornou Kojima um dos mais famosos – e excêntricos – game designers da indústria. Sua paixão por cinema e visão em criar situações diferentes fizeram com que este MGS tivesse uma pegada mais cinematográfica, lotado de passagens icônicas (batalha contra Sniper Wolf, longas cut scenes) e alguns momentos marcantes de gameplay, tais como quando se deve trocar o controle de porta para que sua mente não seja lida ou a resistência à tortura com diálogos que mexem com o psicológico do jogador, e não do personagem. O enredo é complexo, longo e cheio de reviravoltas e as bugigangas que Snake irá usar em sua jornada são claramente inspiradas em séries como 007. Fez tanto sucesso que acabou se tornando uma forma de prisão para Kojima, que se viu associado à série e acabou rompendo de maneira não amistosa com a Konami anos depois.


PaRappa the Rapper (1996)

A febre dos jogos musicais estava apenas começando e este PaRappa foi pioneiro no gênero, conseguindo certo barulho por trazer músicas divertidas (realmente engraçadas) e protagonistas muito carismáticos. A história é sobre um cachorro que quer conquistar o coração de Sunny Funny e a jogabilidade consiste em apertar botões sequencialmente mostrados na tela de acordo com o ritmo das músicas. O design dos personagens é colorido, simula desenho animado e é todo baseado em personagens de papel, uma mistura orgânica e que funciona muito bem até hoje – não a toa teve um remaster eficiente lançado para PS4, sequências e até mesmo um anime lançado no Japão.


Parasite Eve (1998)

A Square gozava de criatividade na geração e este Parasite Eve, mesmo com tantos RPGs disponíveis no PS1, conseguiu chamar a atenção por uma história que se passava em uma Nova York realista, baseada em um romance homônimo de 1995, com uma protagonista forte que acaba descobrindo ter ligações com a vilã da história, que deseja dizimar a humanidade. O sistema de combates era em tempo real, com o personagem podendo se mover livremente pelo cenário demarcado, mas pausava para escolher a ação na sua vez dentro de um grid de alcance, uma adaptação do clássico sistema de ATB. O desenvolvimento de sua temática fez com que PE tivesse um rate M nos Estados Unidos, o primeiro da empresa a ser classificado assim, e usou várias ideias que a equipe teve que não foram utilizadas em Final Fantasy VII.


Resident Evil 2 (1998)

O primeiro RE foi um marco, mas foi com o segundo jogo que a franquia da Capcom alcançou outro patamar na indústria. Sua espinha dorsal permanecia intacta: uma mistura de jogo ação, saber escapar de lutas desnecessárias, gerenciamento de equipamento e solução de puzzles para a progressão. A grande novidade foi a inclusão de dois protagonistas, o novato Leon e Claire, irmã de Chris do primeiro RE, cada um com um cenário completo exclusivo e que influenciava diretamente nos acontecimentos do outro. Essa interação era crucial para se ver toda a história, que girava muito mais em torno da sobrevivência e zelar pelos sobreviventes encontrados no caminho do que em torno dos atos heroicos em si, com uma atmosfera emblemática e gráficos acima da média.


Silent Hill (1999)

Se RE explorava mais a ação, Silent Hill tinha o objetivo de perturbar a sua mente. O survivor horror da Konami girava em torno de uma cidade que abriga estranhos acontecimentos. É nela que Harry, após um acidente de carro, vê sua filha desaparecer e deve encarar mistérios, puzzles e muita exploração para tentar encontrá-la e entender o que houve. Os temas são tratados de modo metafórico, sempre com base em comportamentos obscuros do ser humano. A névoa que infesta a cidade, aplicada para esconder limitações de hardware do PS1, acabou se tornando um ícone da cultura pop e a sirene que anunciava a transição entre os mundos é desesperadora. O puzzle do piano é tão perturbador quanto os demônios que abrigam a escura e enferrujada cidade amaldiçoada, com um total de cinco finais diferentes e ranqueados de acordo com as ações que você tinha durante o gameplay.


Street Fighter Alpha 3 (1998)

Street Fighter 2 foi um verdadeiro fenômeno no início dos anos 90, e o público em geral acabou estranhando o bom SF3, principalmente pelo seu elenco diferente e com poucas faces conhecidas. Esse SF Alpha mantém parte dos aprimoramentos técnicos que o 3 trouxe, mas se aproxima muito mais do 2 em termos de design dos personagens. São 36, entre novos lutadores, alguns vindo de um universo compartilhado da Capcom, e releituras de clássicos como Ryu, Ken, Zangief e outros, mais jovens, estilizados e com animações aprimoradas. Na versão de Playstation foi adicionado um inédito modo World Tour, além de personagens antes excluídos, como Guile e Dee Jay, mas o loading testava nossa paciência. No combate, insere as barras “isms”, que definem como o especial de cada um se comportará, e de defesa, que pode deixar seu personagem vulnerável caso esgotada.


Tekken 3 (1998)

A conversão deste jogo que foi sensação no Brasil para o Playstation foi muito competente, com bons gráficos e combos muito fáceis de serem executados, principalmente pelo brasileiro Eddy Gordo – confesse, você também saiu apertando tudo quanto é botão achando que estava jogando pra caramba pelo menos uma vez na vida. Aliás, este talvez seja outro motivo do porquê fez muito sucesso por aqui: brasileiro adora se ver representado em tela. Mas, além disso, Tekken 3 é um jogo dinâmico, com personalidade e com muitos personagens dos mais variados estilos de luta. Ao contrário do jogo anterior, aproveitou bem o seu 3D ao dar dimensão de movimento aos personagens, que agora podem ir para frente ou para o fundo da tela, e não apenas ser esteticamente em 3D. No Playstation, ganhou dois personagens exclusivos, um modo de beat ‘em up chamado de Tekken Force e um modo de vôlei de praia (wtf).


Tomb Raider (1996)

Um jogo de ação com uma personagem cheia de atitude, gráficos 3D, exploração, puzzle, inspirado em obras como Indiana Jones e Tank Girl, com dinossauros agressivos (por que tudo nos anos 90 tinha dinossauro?) e uma modelagem que acabava ressaltando certos atributos físicos… Como poderia dar errado? Tomb Raider apresentou ao mundo uma das personagens mais icônicas e importantes da indústria, Lara Croft, uma arqueóloga que parte em busca do artefato Scion of Atlantis passando por vários países em sua missão. Vale lembrar que, por causa de um acordo com a Sega, foi lançado duas semanas e meia antes para Saturn na Europa. O que era para ser algo vantajoso acabou servindo de beta para as versões de Playstation e PC, que tiveram diversos bugs corrigidos com o feedback do lançamento da concorrência.


Tony Hawk’s Pro Skater 2 (2000)

A segunda versão foi a escolhida, mas aqui caberia qualquer uma das duas primeiras lançadas. A mistura entre diversos skatistas com uma trilha sonora escolhida a dedo, que ia de punk rock a hip hop, foi parte da fórmula que fez deste jogo o mais bem avaliado até hoje no Metacritic do PS1. Os gráficos eram muito bons e rodavam de maneira fluida no hardware do Playstation. Os cenários são bem variados, desafiadores e com segredos, além de uma jogabilidade que tinha um sistema de combos eficiente que deixava tudo ainda mais viciante, já que executá-los corretamente gerava mais dinheiro, que era usado para bombar o seu personagem e avançar pelo game. Para quem é criativo, há um modo de criação do próprio skatista e de pistas customizadas. Vale lembrar que nesse jogo era possível usar o Homem-Aranha como o skatista, muito antes da Carreta Furacão fazer coisas do tipo.


Winning Eleven 4 (1999)

Se estamos fazendo uma lista sobre a experiência de ter um Play 1 no Brasil, é claro que não poderíamos deixar de fora Winning Eleven, ou Wing Elevi, ou sei lá como você chamava na época. Nada de ISS: sejamos sinceros, quase ninguém via um disco original quando o Playstation reinava absoluto no país. Jogos japoneses eram muito comuns, ainda que não entendêssemos nada, e com WE4 não foi diferente. Era se virar nos menus, ajustar os times da maneira que queríamos e o resto era só diversão. Uma pegada arcade misturada com simulação. Dribles, golaços, Roberto Carlos no ataque e uma narração empolgada de um japa que deixaria Galvão Bueno narrando um gol do Ronaldinho orgulhoso. Para completar, um modo de jogo chamado Master League, onde você começava com um time do zero e ia contratando jogadores famosos de acordo com o seu desempenho. Quem nunca montou sua seleção pessoal? Inesquecível.


Xenogears (1998)

Chamou muita atenção, mesmo entre tantos RPGs, por dois motivos principais: o primeiro e mais óbvio é a presença de mechs, que deixa qualquer entretenimento melhor. O segundo motivo é a sua história, filosófica, profunda e existencialista, muito mais desenvolvida do que costumávamos ter e tocando em temas delicados como religião. Foi apresentado internamente na Square como uma proposta para ser Final Fantasy VII, depois foi trabalhado como uma sequência para Chrono Trigger, até se tornar um material totalmente original por ser muito dark e complicado. Um clássico que cumpre todo o checklist de RPGs memoráveis, que poderia ser ainda mais amado caso o segundo CD não fosse tão corrido, contado quase que inteiramente através das lindas cenas em anime.